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segunda-feira, 29 de abril de 2013
Diferenças entre palavras parecidas - Conserto x concerto - TAXAR x TACHAR - SESSÃO x SEÇÃO x CESSÃO - Grafia - Verbos - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
Conserto x concerto: entenda as diferenças entre palavras parecidas
Esta coluna continua preocupada com o correto emprego das palavras. O assunto de hoje são as palavras homônimas homófonas (=iguais na pronúncia, diferentes na grafia e no significado) e as parônimas (=parecidas na forma e diferentes no significado).
Aqui estão os 15 casos mais citados pelos nossos leitores. Todos querem saber qual é diferença entre…
1) CONSERTO = correção, reparo – “Consertam-se sapatos”;
CONCERTO = sinfonia, harmonia – “O concerto será no Municipal”;
2) TAXAR = tributar, pôr uma taxa – “Estes serviços serão taxados”;
TACHAR = rotular, considerar – “Foi tachado de corrupto”;
3) SESSÃO = reunião – “Começou a sessão do júri”;
SEÇÃO = parte, divisão, departamento – “Está na seção de vendas”;
CESSÃO = ato de ceder – “Fez a cessão dos seus bens”;
4) CASSAR = anular – “Querem cassar o mandato do prefeito”;
CAÇAR = apanhar, pegar – “Querem caçar o animal”;
5) COZER = cozinhar – “Gosta de ovos cozidos”;
COSER = costurar – “Precisa coser a camisa rasgada”;
6) SERRAR = cortar – “Os galhos foram serrados”;
CERRAR = fechar – “Ficou com os olhos cerrados”;
7) INCIPIENTE = iniciante, o que está no início – “Era um projeto incipiente”;
INSIPIENTE = não sapiente, ignorante, sem sabedoria – “Era um argumento insipiente”;
8) RATIFICAR = confirmar – “O presidente vai ratificar a nossa decisão”;
RETIFICAR = corrigir – “É necessário retificar o seu erro”;
9) DESAPERCEBIDO = não apercebido, desprovido, desinformado – “Ficou desapercebido” ;
DESPERCEBIDO = não percebido, não observado – “O juiz passou despercebido”;
Alguns dicionários já consideram DESAPERCEBIDO sinônimo de DESPERCEBIDO (= não despercebido).
10) MANDATO = representação, poder de mando – “Cassaram o seu mandato”;
MANDADO = ordem judicial – “Impetrou um mandado de segurança”;
11) TRÁFEGO = de trânsito, movimento – “O tráfego está muito intenso nesta rua”;
TRÁFICO = comércio – “O tráfico de drogas está cada vez maior”;
12) DESCRIÇÃO = ato de descrever – “Foi fazer a descrição do cenário”;
DISCRIÇÃO = qualidade de quem é discreto – “Agiu com muita discrição”;
13) DESTRATAR = tratar mal – “Foi destratada em público pelo marido”;
DISTRATAR = romper um trato – “Não querem mais cumprir o contrato. Vão assinar um distrato”;
14) INFRINGIR = transgredir, violar, desrespeitar – “Está infringindo a lei”;
INFLIGIR = aplicar, impor – “Está infligindo um castigo”;
15) PRESCREVER = receitar ou perder a validade – “O médico prescreveu este remédio”, “O prazo já prescreveu”;
PROSCREVER = banir, expulsar – “Ele foi proscrito da cidade”.
GOSTAVA ou GOSTARIA?
Pergunta do leitor : “Eu gostava muito de conhecer o Brasil” e “Eu gostava muito de ir mas não posso”. A conjugação do verbo está correta?”
O nosso problema é o de sempre: querer reduzir tudo a uma simples questão de certo ou errado.
O uso do verbo no pretérito imperfeito do indicativo (=gostava) em vez do futuro do pretérito do indicativo (=gostaria) é muito comum em Portugal. É uma característica do português falado em Portugal. Não podemos considerar erro. Esse fato linguístico é abonado por muitos autores da nossa literatura.
É, portanto, uma questão de adequação.
No Brasil, o mais frequente é usarmos o verbo no futuro do pretérito do indicativo: “Eu gostaria muito de conhecer o Brasil”, “Eu gostaria muito de ir mas não posso”.
Usamos o pretérito imperfeito do indicativo para indicar fatos habituais no passado: “Na minha infância, eu gostava de visitar meus avós”.
OUTRA DÚVIDA
Deu num bom jornal: “Se o governo deixar correr solto (…) assistir impávido a cada um dos partidos que o apoiam escolher um candidato…”
O leitor tem razão: estamos confundindo impávido com impassível.
IMPÁVIDO significa “que não tem pavor, destemido” e IMPASSÍVEL é “ausência de paixão, de sentimento, indiferente à dor, que não padece”.
Portanto, o autor queria dizer “assistir impassível”, ou seja, “sem paixão, sem ação, sem sofrimento, indiferente”.
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sexta-feira, 26 de abril de 2013
AVISÁ-LO ou AVISAR-LHE? - “Enfrentar de frente”. Pode? - EXTRATO ou ESTRATO? - LINKAR ou LINCAR? - ACRIANO ou ACREANO- Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
AVISÁ-LO ou AVISAR-LHE?
O verbo AVISAR é transitivo direto e indireto. Se você avisa, pode “avisar alguma coisa a alguém” ou “avisar alguém de alguma coisa”.
Portanto, as duas formas são possíveis:
“É preciso AVISAR-LHE (=objeto indireto) as novidades (=objeto direto);
“É preciso AVISÁ-LO (=objeto direto) das novidades (=objeto indireto).
Não devemos “avisar-lhe das novidades” (=dois objetos indiretos) nem “avisá-lo as novidades” (=dois objetos diretos).
“Enfrentar de frente”. Pode?
Depende. Pode falar, mas somente a ênfase justificaria o seu uso.
Leitor quer saber: “Num relatório da empresa em que trabalho, encontramos logo no primeiro parágrafo: Enfrentando de frente… Está correto ou é uma tremenda redundância?”
“Enfrentar de frente” apresenta o mesmo problema de “encarar de frente”. Trata-se de uma redundância. A menos que alguém prefira enfrentar ou encarar “de costas”.
EXTRATO ou ESTRATO?
Leitor quer saber se a frase a seguir está correta: “Esse aumento de 40% na matrícula trouxe para o ensino médio uma população de extratos mais baixos de renda.”
“Tratando-se de “camadas”, o correto não seria ESTRATOS?”
O nosso leitor tem razão.
a) ESTRATO = “camada”. O certo é “estrato social”, “sociedade estratificada” (=dividida em camadas), “estratosfera”…
b) EXTRATO = “essência, resumo, sumo” (vem do verbo EXTRAIR): “extrato de tomate”, “extrato bancário”, “extrato (= essência de perfume)”…
LINKAR ou LINCAR?
Em vez de fazer um link, prefiro LIGAR, UNIR ou CONECTAR. Temos aqui, um belo exemplo de estrangeirismo desnecessário. É o tal do “neobobismo linguístico”.
Pior ouvi na transmissão de um jogo de futebol americano por um canal internacional. Os narradores, brasileiros contratados para narrar os jogos em português, demonstraram a sua “enorme” preocupação com língua pátria.
Ao ser focalizado o presidente do time vencedor, o primeiro disse: “Este senhor é o chairman”. O outro, preocupado com o fato de os brasileiros não saberem o que é um chairman, apressou-se para explicar: “Chairman é o big boss”. Aí, toda a galera entendeu…
ACRIANO ou ACREANO?
Comentário de um leitor: “O que está acontecendo com os naturais do estado do Acre. Quando o crime é do deputado, é acriano. Quando é do vereador agora empossado, é acreano. Será uma questão de status?”
Não é questão de status.
O antigo dicionário Aurélio registrava as duas formas.
Segundo o novo Vocabulário Ortográfico publicado pela Academia Brasileira de Letras e o dicionário do mestre Evanildo Bechara, quem nasce no Acre é ACRIANO. Não há registro de acreano.
DESAFIO AO INTERNAUTA
Qual é a forma correta?
a) hidro-sanitária OU hidrossanitária?
b) sócio-político OU sociopolítico?
c) micro-empresa OU microempresa?
d) mini-série OU minissérie?
e) mega-evento OU megaevento?
Segundo o novo acordo ortográfico, só devemos usar hífen após prefixos ou falsos prefixos dissílabos e terminados por vogal (auto, contra, infra, ultra, sobre, anti, mini, micro, mega, hidro, socio, tele…) se a palavra seguinte começar por H ou vogal igual: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-inflamatório, sobre-humano, sobre-erguer, mini-hospital, mini-internato, contra-ataque…
Assim sendo, as respostas corretas são:
a) hidrossanitária;
b) sociopolítico;
c) microempresa;
d) minissérie;
e) megaevento.
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O verbo HAVER - ‘Há muito tempo atrás’ é redundante; entenda mais sobre o verbo ‘haver’ - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
‘Há muito tempo atrás’ é redundante; entenda mais sobre o verbo ‘haver’
O verbo HAVER
É frequente ouvirmos a expressão “HÁ MUITO TEMPO ATRÁS”. Trata-se de uma redundância, pois, se ocorreu “HÁ MUITO TEMPO”, só pode ter sido “MUITO TEMPO ATRÁS”.
Aprendemos, faz tempo, que devemos usar a forma “HÁ”, do verbo “HAVER”, quando nos referimos a um tempo já transcorrido: “Não nos vemos HÁ dois dias”; “HÁ dez anos que ele partiu”.
É interessante observar que a redundância “HÁ…ATRÁS” só ocorre com o verbo “HAVER”. Quando se opta pelo verbo “FAZER”, ninguém diz “FAZ dez anos ATRÁS”. Aí todos falam corretamente: “FAZ dez anos”; “FAZ muito tempo”.
É importante lembrar também que, caso a ideia seja de “tempo futuro” ou de “distância”, devemos usar a preposição “a”: “Só nos veremos daqui a dois dias”; “Estamos a dez quilômetros do vilarejo”.
Vamos ver se consigo simplificar as “coisas”.
A dúvida é uma só: é verbo ou não é verbo?
Se for, devemos escrever “HÁ”; se não for, trata-se da preposição “a”. Para provar que é verbo, podemos usar o “macete” da substituição do “HÁ” pela forma “FAZ”: “Não nos vemos há (=faz) dois dias”, “Há (=faz) dez anos que ele partiu.”
Caso a substituição não seja possível, significa que não é verbo. Em “Só nos veremos daqui a dois dias”, não é possível substituirmos por “daqui faz dois dias”. O mesmo ocorre em “Estamos a dez quilômetros do lugarejo” (“Estamos faz dez quilômetros” não faz sentido).
Usamos “ano-luz” para medir distância: “…um astro semelhante ao sol a 153 anos-luz de distância da Terra.” O certo, portanto, é “…estão a anos-luz de distância…”
Por outro lado, está correto o leitor escrever: “o eclipse ocorreu há (=faz) 153 anos” e “…ocorreu há (=faz) muitos anos terrestres atrás”. O “atrás” é que é desnecessário. Agora, temos a ideia de “tempo transcorrido”.
HÁ ou HAVIA?
Leitor quer saber: “Ela estava em cena HÁ ou HAVIA mais de uma hora”.
Segundo o princípio da correspondência dos tempos verbais, devemos dizer que “ela ESTAVA em cena HAVIA mais de uma hora”.
O princípio é o seguinte: devemos usar “HAVIA” em vez de “HÁ”, quando o verbo que acompanha está no pretérito imperfeito (=estava, fazia, era) ou no pretérito mais-que-perfeito (=estivera, fizera, soubera, tinha estado, havia feito).
Em caso de dúvida, podemos usar o seguinte “macete”: substituir o verbo “HAVER” pelo “FAZER”. Se o resultado da troca for “FAZIA” (e não “FAZ”), use “HAVIA” (e não “HÁ”):
“ESTAVA sem comer HAVIA (=fazia) três dias.”
“HAVIA (=fazia) dez anos que o clube não ERA campeão.”
“Ela ESTIVERA naquela cidade HAVIA (=fazia) muito tempo.”
É importante observar que a ação se encerrou. A forma HÁ (=faz) indica que a ação verbal prossegue. Veja a diferença:
a) “HAVIA dez anos que o clube não era campeão.” (=o clube acabou
de ganhar o campeonato);
b) “HÁ dez anos que o clube não é campeão.” (=o clube continua sem
ganhar o campeonato).
TEM ou HÁ?
Leitor considerou uma vergonha o anúncio: “No Brasil não TEM maremotos, vulcões, terremotos, furacões.”
Comentário de outro leitor: “Aprendi que não devemos confundir os verbos “HAVER” e “TER”: ‘Nesta banca HÁ (=existe) várias revistas’ e ‘Esta banca TEM (=possui) várias revistas’. Os gênios da publicidade são os que mais cometem tal erro.”
Os nossos leitores têm razão em parte. Segundo a gramática tradicional, não devemos usar o verbo “TER” no sentido de “HAVER” (=existir).
Não podemos, entretanto, esquecer que o uso do verbo “TER” em lugar do verbo “HAVER” é uma das características do Português falado no Brasil. Isso significa que, num texto informal que queira retratar a linguagem coloquial brasileira, o uso do verbo TER é aceitável.
Não devemos reduzir o caso a simples discussão de certo ou errado. Inadequado seria usar o verbo TER (=haver, existir) em textos formais que exijam uma linguagem mais cuidada, que siga os padrões da chamada norma culta.
O GRAMA ou A GRAMA?
Estava escrito: “…a grama da gordura animal tem nove calorias, enquanto a grama da proteína do feijão tem quatro calorias.”
Nossos leitores têm razão. O autor deve estar fazendo referência “à grama” que o animal comeu e virou gordura e também “à grama” que nasceu junto aos pés de feijão.
A história é velha, mas vamos repetir. O substantivo GRAMA quando se refere à massa (na linguagem popular, falamos “peso”) é MASCULINO.
Portanto, “…O GRAMA da gordura animal tem nove calorias, enquanto O GRAMA da proteína do feijão tem quatro calorias.”
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