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terça-feira, 30 de abril de 2013
Plural - Saiba como fica o plural das siglas e tire outras dúvidas - Uso do hífen com o prefixo “sub-“? - Qual é o plural de “camisa rosa”? - Uso do hífen com o prefixo “mini-“? - O correto é PORTFOLIO ou PORTIFÓLIO ou PORTFÓLIO? - O correto é SÊNIOR ou SENIOR? - Bife à cavalo OU bife a cavalo? - Após às 10h OU após as 10h? Até às 10h OU até as 10h? - Vai-e-vem OU vai e vem OU vaivém OU vaivem OU vai vem? - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
Saiba como fica o plural das siglas e tire outras dúvidas
1ª) Plural de abreviaturas e siglas?
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), abreviaturas oficiais não fazem plural: 10kg, 20km, 8h…
Se escrevermos por extenso, o plural é normal: quilogramas, quilômetros, metros, horas…
Siglas fazem plural com a desinência “s”, sem apóstrofo: PMs, CPIs, IPVAs, Ufirs, Detrans…
2ª) Uso do hífen com o prefixo “sub-“?
Segundo o novo acordo ortográfico, a única alteração é o fato de o uso do hífen ter-se tornado facultativo antes de palavras começadas por “h”: subumano ou sub-humano, subepático ou sub-hepático.
Nos demais casos, a regra é a mesma anterior ao novo acordo: só há hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: sub-base, sub-bibliotecária; sub-raça, sub-reino, sub-reitor…
Isso significa que, diante de palavras começadas por qualquer letra diferente de “h”, “b” e “r”, devemos escrever sem hífen: subaquático, subemprego, subeditor, subitem, subchefe, subprefeitura, subsolo, subsecretário…
3ª) Qual é o plural de “camisa rosa”?
É “camisas ROSA”. Todo substantivo tomado como adjetivo torna-se invariável: camisas vinho, laranja; blusas abóbora, limão, violeta; sapatos gelo, areia; passeatas monstro…
4ª) Uso do hífen com o prefixo “mini-“?
Segundo o novo acordo ortográfico, prefixos com duas sílabas ou mais, terminados por vogal (anti, contra, auto, infra, sobre, mini, micro, mega, tele…), só devem ser grafados com hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou “vogal igual”: anti-herói, anti-inflacionário, contra-ataque, auto-hipnose, auto-observação, infra-hepático, infra-assinado, sobre-erguer, sobre-humano, micro-ondas…
Com as demais letras, devemos escrever “tudo junto”: antivírus, antissemita, antirracista, contraindicado, autoatendimento, infraestrutura, ultrassom, sobrecoxa, sobretaxa, megaempresário, televendas, telessexo…
Com o elemento “mini-“, devemos aplicar a mesma regra: mini-hospital, mini-internato, minidicionário, minissaia, minirreforma…
5ª) O correto é PORTFOLIO ou PORTIFÓLIO ou PORTFÓLIO?
Em inglês, não há acento; em português, deveria ter acento.
Deveria ser “portifólio”, mas essa grafia não está registrada.
No mais novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras, a forma oficial é PORTFÓLIO. É assim que devemos escrever.
6ª) O correto é SÊNIOR ou SENIOR?
Em bom português, devemos escrever com acento circunflexo: SÊNIOR. O acento gráfico se justifica pela regras das paroxítonas terminadas em “r”: revólver, repórter, mártir, éter, hambúrguer, contêiner, júnior…
Sênior e júnior, no plural, perdem o acento gráfico devido à mudança de posição da sílaba tônica: seniores e juniores.
As demais palavras mantêm o acento gráfico porque se tornam proparoxítonas: repórteres, mártires, hambúrgueres, contêineres…
7ª) Bife à cavalo OU bife a cavalo?
Embora seja um caso polêmico, prefiro “bife à cavalo” (= à moda de), assim como “churrasco à Osvaldo Aranha”, “bacalhau à Gomes de Sá”…
8ª) Após às 10h OU após as 10h? Até às 10h OU até as 10h?
No primeiro caso não há discussão: não há crase após uma preposição, pois, assim, não há a preposição “a” necessária para que ocorra a crase: “Saiu após as 10h”, “Está aqui desde as 10h”, “A reunião foi transferida para as 10h”, “Teve de se explicar perante a justiça”…
No caso da preposição ATÉ, em Portugal, aceita-se o seu uso com a preposição A. Isso tornaria a crase facultativa. No Brasil, porém, isso não é usual; sugiro, portanto, que usemos “até as 10h” sem o acento indicativo da crase.
9ª) Vai-e-vem OU vai e vem OU vaivém OU vaivem OU vai vem?
Há duas formas registradas: vai e vem (sem hífen) e vaivém (junto e com acento agudo).
No caso da forma VAI E VEM, segundo o novo acordo ortográfico, palavras compostas com elemento de conexão só mantêm os hifens se forem palavras ligadas à zoologia ou à botânica: joão-de-barro, copo-de-leite. Nos demais casos, não há mais hífen: mão de obra, dona de casa, quartas de final, dia a dia, disse me disse, sobe e desce, vai e vem…
No caso da forma VAIVÉM, o acento gráfico se justifica pela regra das oxítonas terminadas em “em/ens”: porém, alguém, também, refém, reféns, armazém, armazéns, parabéns, vaivém, vaivéns…
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Plural - Você sabe qual é o plural de ‘mulherzinha’? E de ‘balãozinho’? - Gramática - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
Você sabe qual é o plural de ‘mulherzinha’? E de ‘balãozinho’?
1. “Mulherzinhas ou mulherezinhas?”
O plural das palavras cujo diminutivo é feito com o sufixo “zinho” deve obedecer à seguinte regra: 1o) pôr a palavra primitiva no plural (sem o “s”); 2o) acrescentar o sufixo “zinho” mais o “s”.
Observe o esquema: papelzinho – papei+zinho+s = papeizinhos; balãozinho – balõe+zinho+s = balõezinhos; animalzinho – animai+zinho+s = animaizinhos; florzinha – flore+zinha+s = florezinhas.
Assim sendo, segundo a regra, o plural de mulherzinha seria mulherezinhas (mulhere+zinha+s).
Devido ao uso consagrado, entretanto, é aceitável também a forma mulherzinhas. Isso vale para as palavras terminadas em R: florezinhas ou florzinhas, mulherezinhas ou mulherzinhas, barezinhos ou barzinhos, melhorezinhos ou melhorzinhos…
2. “Luzinhas ou luzezinhas?”
No caso das palavras luzinha e cruzinha, o sufixo para o diminutivo é “inho” (a letra “z” pertence à raiz da palavra). Não se aplica, portanto, a regra acima. Basta pôr a desinência “s”: luzinhas e cruzinhas.
3. “Ultrasonografia tem um ou dois esses?”
Segundo o novo acordo ortográfico, quando usamos prefixos dissílabos terminados em vogal (auto, contra, extra, anti, sobre, mini, tele, micro, ultra…), só usamos hífen se a palavra seguinte começa por “h” ou vogais iguais: auto-hipnose, auto-observação, contra-ataque, anti-inflamatório, sobre-erguer, mini-internato, mini-hospital, micro-ondas…
O correto, portanto, é sem hífen: ultrassonografia, com dois esses para manter o som de /s/. Um esse entre duas vogais tem som de /z/.
4. “A palavra meio só varia quando for um adjetivo?”
A palavra meio só varia quando significa “metade”. Em geral, é numeral: “Comeu meia banana”; “Só leu meia página”; “Bebeu uma garrafa e meia de cerveja”; “É meio-dia e meia”. Pode ser adjetivo também: “Disse meias verdades”.
5. “Qual é o plural da palavra modem?”
A palavra modem vem de MODulador/DEModulador. Deve seguir o plural das palavras terminadas em “em”: jovem – jovens; ordem – ordens; homem – homens; modem – modens.
6. “Tem de ou tem que ser feito algo?”
Tanto faz. Em textos mais formais, prefiro “tem de”; em textos mais coloquiais, prefiro “tem que”. As duas formas são aceitáveis.
7. “Comunicamo-lhe ou comunicamos-lhe?”
O uso do pronome “lhe” em ênclise não afeta a forma verbal. Assim sendo, não cortamos o “s”. O certo é “comunicamos-lhe”. Cortamos o “s” quando usamos o pronome “nos”: encontramo-nos, reunimo-nos.
8. “Isso é um problema entre eu e o Pedro OU entre o Pedro e eu?”
Nem uma coisa nem outra. O correto é dizer “entre mim e o Pedro” ou “entre o Pedro e mim”. Por não ser o sujeito da oração, devemos usar o pronome oblíquo tônico (mim) em vez do pronome reto (eu).
9. “Quando podemos utilizar o verbo haver no plural?”
O verbo haver deve ser usado somente no singular quando significa “existir, ocorrer, acontecer” ou quando se refere a “tempo decorrido”: “Haverá muitas pessoas na reunião”; “Houve alguns incidentes”; “Havia dez anos que não nos víamos”.
Em outras situações, o plural é correto: “Os auditores se houveram bem no seu trabalho”; “Os dirigentes houveram por bem adiar a reunião”.
10. “Tudo que fizerem ou tudo o que fizerem?”
Tanto faz. O uso do pronome “o” não é obrigatório. Sem o pronome “o”, o pronome relativo “que” substitui o pronome indefinido “tudo”. Com o pronome “o”, é como se disséssemos “tudo aquilo que fizerem”. Nesse caso, o pronome relativo substitui “tudo aquilo”.
Crítica do leitor
Deu nesta coluna: “É interessante observar a discordância no primeiro caso: para a ABL é choparia; para o Aurélio é choperia. Proponho um chope para discutirmos o assunto.”
Comentário do leitor: “Acho que o senhor incorreu em algo que detesta: reduzir fatos linguísticos a discussões simplistas do tipo certo ou errado. Se ambos os sufixos têm vida corrente na língua, com função e significados idênticos, resta comprovar se a aplicação, escolha ou preferência de um sufixo em relação ao outro, na composição de determinadas palavras, é arbitrária ou resulta de condicionamentos morfofonéticos ou semânticos. A eufonia é que deve, provavelmente, ditar a escolha/exclusão de um ou outro sufixo. Fora isso, nada obstaria, a nosso ver, que se registrassem as duas grafias: uma como variante da outra.”
Também acho. Nada contra choparia ou choperia. Importante mesmo é o chope. Propus o chope exatamente porque não vejo motivo para optar por um e considerar o outro um “erro”. Por que não aceitar as duas formas?
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segunda-feira, 29 de abril de 2013
Origem do modismo ‘a nível de’ e saiba como evitá-lo - ANTE AO EXPOSTO ou ANTE O EXPOSTO? - UM ÓCULOS ou UNS ÓCULOS? - EXOTÉRICO ou ESOTÉRICO? - Grafia - Modismos - Plural - Preposições - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
Entenda a origem do modismo ‘a nível de’ e saiba como evitá-lo
A NÍVEL DE ou EM NÍVEL?
A expressão “a nível de” é um dos piores modismos criados nos últimos tempos. Além da preposição “a”, que deve ser substituída por “em”, somos obrigados a conviver com o maldito “nível” em situações absurdas, pois não há níveis: “A nível de debate…”; “…a nível de relatório…”; “…a nível de sentimento…”; “…a nível de espiritualidade…”.
É interessante observar que quem usa a expressão “a nível de” ainda faz pose: deve achar que está falando um português “belíssimo”.
A expressão EM NÍVEL DE é correta, mas só pode ser usada se houver “níveis”: “O problema só pode ser resolvido em nível de diretoria”; “A situação será analisada em nível federal”.
Quanto ao mar, é aceitável dizer “ao nível do mar” ou “no nível do mar”.
ANTE AO EXPOSTO ou ANTE O EXPOSTO?
Carta do leitor: “É comum em sentenças dos juízes usar a forma ‘ante ao exposto, julgo procedente a ação’. Os juízes portugueses também usam o ATÉ: ‘…até ao fim”. Já consultei um professor, e ele disse-me que o correto é ‘ante o exposto’. Segundo ele, é que não se pode usar duas preposições.”
Eu também não gosto de usar duas preposições: “ante ao exposto”, “até ao fim”, “para com”. “por entre”, “por sobre”…
O problema é usarmos o velho conceito de certo ou errado. A verdade é que, em Portugal, é frequente o uso de duas preposições: “ante ao exposto”, “ir até ao fim”. Não é, portanto, uma questão de estar errado. É, a meu ver, um problema de estilo, de uso.
Assim sendo, a minha preferência é:
“Ante o exposto, julgo procedente a ação”;
“Ele foi até o fim”;
“É preciso ter respeito pelo adversário” (em vez de ‘para com o adversário’);
“Passou a bola entre as pernas” (e não ‘por entre as pernas’);
“Chutou a bola sobre o travessão” (e não por sobre o travessão).
UM ÓCULOS ou UNS ÓCULOS?
Carta do leitor: “Pior do que dizer ‘um óculos’, que se ouve de conceituado show-man (perdão!) da televisão e equipa um médico em hospital dos Estados Unidos, é, penso, o abuso de expressões da língua inglesa, sem aspas, de permeio com outras tantas do nosso vernáculo.”
Li num bom jornal: “O médico coloca um capacete equipado com um óculos especial que …”
A palavra óculos só apresenta forma plural. É o mesmo caso de “núpcias, pêsames, parabéns…” O certo, portanto, é “…equipado com óculos especiais…”. Não se deve dizer “o óculos escuro quebrou”, e sim “os óculos escuros quebraram”.
EXOTÉRICO ou ESOTÉRICO?
Vejamos o que diz o dicionário “Aurélio”:
EXOTÉRICO: “Diz-se de ensinamento que, em escolas da antiguidade grega, era transmitido ao público sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.”
ESOTÉRICO: “Diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos; todo ensinamento ministrado a círculo restrito e fechado de ouvintes; compreensível apenas por poucos, obscuro, hermético.”
ESOTERISMO: “1. Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade (científica, filosófica ou religiosa) deve reservar-se a número restrito de iniciados…; 2. Designação que abrange um complexo conjunto de doutrinas práticas e ensinamentos de teor religioso e espiritualista, em que se confundem influências de religiões orientais e ciências ocultas, associadas a técnicas terapêuticas, e que, supostamente, mobilizam energias não integrantes da ciência e que visam a iniciar o indivíduo no caminho do autoconhecimento, da paz espiritual, da sabedoria, da saúde, da imortalidade…”
Respondendo diretamente às perguntas dos leitores:
1o) Realmente existem as duas palavras. A diferença básica é que ESOTÉRICO refere-se a ensinamento para grupos restritos, e EXOTÉRICO para o público em geral, sem restrições.
DESAFIOS
1º) Qual é a forma correta?
a) A reunião será amanhã AS ou ÀS 8h ?
b) A reunião será A ou À partir das 8h ?
c) A reunião só começará após AS ou ÀS 8h ?
Respostas:
a) A reunião será amanhã às 8h;
b) A reunião será a partir das 8h;
c) A reunião só começará após as 8h.
2º) Se pousar na terra é aterrissar ou aterrizar, quero saber como seria:
a) pousar no mar;
b) pousar na Lua.
Respostas:
a) amerissar
b) alunissar.
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sexta-feira, 26 de abril de 2013
Dúvidas e Dicas no uso do NO ou AO, baixo OU embaixo, CÍRCULO ou CICLO, A ou AO, Fôrnos OU fórnos, ANEXO ou ANEXOS, INGESTÃO ou INALAÇÃO - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
1ª) “Animais NO volante ou AO volante?”
Concordo com o nosso leitor. Também prefiro AO VOLANTE. Mas, como são animais…
É semelhante a “ficar NO sol”. A maioria prefere “ficar AO sol”.
2ª) “Devemos dizer: 1,3 tonelada, 1,2 bilhões de dólares…?”
A concordância deve ser feita com o número que vem antes da vírgula: 1,3 tonelada, 1,2 bilhão de dólares.
Para ficar bem claro: 1,2 milhão de reais = 1 milhão e 200 mil reais; 2,1 milhões de reais = 2 milhões e 100 mil reais.
3ª) “Em baixo OU embaixo?”
EMBAIXO deve ser escrito sempre “junto”. A confusão se deve ao fato de EM CIMA ser escrito “separado”. Lembre-se do “V” da vitória: EMBAIXO junto, EM CIMA separado.
4ª) “CÍRCULO ou CICLO vicioso?”
É círculo vicioso.
5ª) “A Internet A seu alcance ou AO seu alcance?”
Tanto faz. O uso dos artigos definidos (= o, a, os, as) antes dos pronomes possessivos (meu, minha, teu, seu, sua, nossa…) é facultativo.
6ª) Concordância correta?
“O clube, não se responsabiliza por objetos de valores deixados dentro dos vestiários. A concordância está correta?”
Pelo visto, o clube não se responsabiliza por objetos de valor nem com a correção gramatical dos seus avisos. Isso é que falta de responsabilidade.
É importante observar que a vírgula está separando sujeito e predicado. Portanto, “O clube não se responsabiliza por objetos de VALOR (ou não se responsabiliza por valores) deixados dentro dos vestiários”.
Uma última dúvida: será que o clube se responsabiliza por objetos de valor deixados FORA dos vestiários?
7ª) Fôrnos OU fórnos?
Leitor quer saber: “Plural de bolso é com vogal tônica aberta ou fechada? E a palavra forno?”
Chama-se METAFONIA a mudança no timbre (fechado > aberto) da vogal tônica (ô > ó).
Muitas palavras sofrem metafonia quando vão para o plural: jogo > jogos, fogo > fogos, porco > porcos, novo > novos, sogro > sogros, FORNO > FORNOS…
Existem outras tantas que não sofrem metafonia, ou seja, no plural a vogal tônica continua com timbre fechado: bolo > bolos, cachorro > cachorros, acordo > acordos, piloto > pilotos, esposo > esposos, BOLSO > BOLSOS…
8ª) “Seguem ANEXO ou ANEXOS os documentos?”
A palavra ANEXO faz papel de adjetivo. Deve, por isso, concordar com o substantivo a que se refere. Se “os documentos estão ANEXOS”, o certo é “seguem ANEXOS os documentos”.
9ª) INGESTÃO ou INALAÇÃO?
“Repórter relatando uma nova vacina escreveu: INGESTÃO POR INALAÇÃO. Por onde terá o tal repórter metido o nariz?”
Vejamos o que diz o dicionário Aurélio:
a) INGESTÃO: Ato de ingerir; deglutição.
b) INGERIR: 1. Meter no estômago; engolir; 2. Fazer penetrar; introduzir; intrometer.
c) INALAÇÃO: 1. Ato ou efeito de inalar; 2. Absorção, pelas vias respiratórias…
A expressão INGESTÃO POR INALAÇÃO fica estranha porque associamos o ato de INGERIR ao ato de ENGOLIR (=”passar da boca ao estômago, deglutir”). ENGOLIR pelo nariz seria meio difícil…
O problema é que INGERIR, de certa forma, é sinônimo de “introduzir”. Portanto, com um pouquinho de boa vontade, a expressão INGESTÃO POR INALAÇÃO é aceitável, principalmente pelo fato de ser compreensível.
Desafio
Qual é forma correta?
a) Fui eu que lavou o carro.
b) Foi eu que lavou o carro.
c) Foi eu quem lavou o carro.
d) Fui eu que lavei o carro.
e) Fui eu quem lavou o carro.
Há duas opções corretas:
d) FUI eu que LAVEI o carro; e
e) FUI eu quem LAVOU o carro.
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Crase - A polêmica CRASE - Uso da Crase - quando há (ou não) crase - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
A polêmica CRASE
A crase é sempre um caso sério.
“Com dúvida a respeito da ocorrência de crase na expressão ‘Programa de Ensino à Distância’ e ‘Universidade Aberta e de Ensino à Distância’, andei pesquisando no Dicionário e na Gramática Aurélio (ambos eletrônicos) e consegui os dados abaixo:
*Dicionário Aurélio Eletrônico
Verbete: distância
Um tanto longe: Ouvimos vagos rumores a distância.
Sem familiaridade: Sua casmurrice mantinha todos a distância. [Também se usa à distância (com acento no a): Parede acima vais (a lagartixa). E eu, à distância, / Olho as tuas pesquisas apressadas (Fernando de Mendonça, 13 Decassílabos, p.8).]
*Gramática Eletrônica Aurélio
Casos particulares
Dá-se a CRASE:
a) com a palavra CASA quando indicar estabelecimento comercial ou estiver seguida de adjunto: Foi um golpe esta carta; não obstante, apenas fechou à noite, corri à casa de Virgília. (M. de Assis)
Observação: Entretanto não há crase com a palavra CASA no sentido de residência, lar: Chegamos a casa eu e ela perto das nove horas da noite. (M. de Assis)
b) com a palavra TERRA seguida de uma especificação qualquer:
Tanto eu quanto minha mulher já estávamos ajustados à terra e à gente de Portugal. (J. Montello)
Observação: Mas não se usa a crase antes da palavra TERRA em oposição a mar: À noite já está embarcado, e nem desce a terra para esperar a maré. (O. Costa Filho)
c) com a palavra DISTÂNCIA quando significar na distância: Não ameis à distância. (R. Braga)”
A nossa leitora tem razão. O uso do acento da crase, para nós brasileiros, é uma grande dor de cabeça.
Primeiro, é necessário entendermos que crase é a fusão de duas vogais iguais: preposição “a” + outro “a” (artigo definido feminino ou pronome demonstrativo ou vogal inicial dos pronomes AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO). Isso significa que temos de saber a regência dos verbos e dos nomes (= saber se pedem ou não a preposição “a”) e reconhecer a presença do segundo “a”: “Vou a (preposição) + a (artigo) praia = Vou à praia”; “Sua camisa é igual a (preposição) + a (pronome = a camisa) do meu pai = Sua camisa é igual à do meu pai”; “Chegou a (preposição) + aquele lugarejo = Chegou àquele lugarejo”.
Depois surgem os casos particulares:
a) Você vai a qualquer CASA com o acento da crase, menos se for a sua própria casa: “Vou… à casa dos meus avós, à casa do vizinho, à casa de Cabo Frio, à casa José Silva, à casa dela.”
Mas: “Ele retornou a casa só lá pelas onze horas”.
A explicação é a seguinte: não há artigo definido antes da palavra CASA, quando se refere a sua própria casa: “Fiquei EM casa”, “Venho DE casa”.
b) Você vai a qualquer TERRA com acento da crase, menos se for “terra firme”: “Vou…à terra dos seus ancestrais, à terra natal, à terra da minha avó.”
Mas: “O marinheiro pediu autorização para descer a terra.”
A explicação é a mesma. Não há artigo definido antes da palavra TERRA, quando significa terra firme: “Ficamos EM terra”, “Consulte o nosso pessoal DE terra”.
c) Com a palavra DISTÂNCIA, existe uma grande polêmica:
1o) Ocorre a crase sempre que a DISTÂNCIA estiver determinada: “Ficou à distância de cinco metros”;
2o) Se a DISTÂNCIA não estiver determinada, existem duas versões:
a) Sem crase porque não haveria artigo definido: “Ficamos a distância”; “Ensino a distância”; ou
b) Com crase por tratar-se de um adjunto adverbial (com palavra feminina): “Ficar à distância”, “Sentar-se à mesa”; “Bater à porta”; “Sair à noite”; “Chegar às 10h”; “Vender à vista”; “Viver à toa”; “Falar às claras”…
Agora, você decide.
Quanto aos casos das palavras CASA e TERRA, não há discussão.
Quanto à polêmica da palavra DISTÂNCIA, por uma questão de padronização, adotamos o uso da crase em todas as situações, ou seja, “ficamos à distância de dez metros” e “ensino à distância”.
Nada definitivo, é claro.
HÁ CERCA DE ou ACERCA DE ou A CERCA DE?
a) HÁ CERCA DE
= “existem perto de”:
“Há cerca de trinta alunos em sala.”
= “faz perto de” (tempo decorrido):
“Não nos vemos há cerca de trinta dias.”
b) ACERCA DE (= a respeito de, sobre)
“Falávamos acerca do jogo de ontem.”
c) A CERCA DE
= referência a tempo futuro:
“Só nos veremos daqui a cerca de trinta dias.”
= referência a distância:
“Estamos a cerca de trinta quilômetros do tal lugarejo.”
= substantivo:
“Cortaram a cerca de arame farpado.”
Crase - Com ou sem crase - VALE A PENA ou À PENA? - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
VALE A PENA ou À PENA?
Não há crase. O verbo VALER não pede preposição.
Se “vale o sacrifício”, é porque “VALE A PENA” (sem crase).
Sal A GOSTO ou À GOSTO?
Crítica do leitor: “Em Chef de Botequim, temos ‘1 colher de sal a gosto’. Falta crase? Se definiu ‘1 colher’, pode-se utilizar ‘a gosto’?”
O nosso leitor tem razão em parte.
1o) Há uma incoerência: ou pomos “1 colher de sal” ou pomos “sal a gosto”.
2o) Quanto à ausência do acento da crase, não há erro. Realmente não há crase. A explicação é simples: GOSTO é uma palavra masculina.
Consequentemente não pode haver artigo definido feminino “a”. Temos apenas a preposição.
VAI VIR ou VAI VIM?
Leitor, pelo correio eletrônico, cobra um comentário meu sobre o que ele chama “vírus linguístico”: o mau uso da forma verbal “VIM”.
Primeiro, é importante lembrar que a forma verbal VIM existe. O problema é saber quando usar. VIM é a 1ª pessoa do singular, do pretérito perfeito do indicativo, do verbo VIR: “Eu sempre VIM a esta casa com grande prazer”.
O que o nosso leitor chama de “vírus” é o uso da forma VIM em lugar do infinitivo VIR: “Ele não vai vim” (= VAI VIR); “Vocês não vão vim?” (= VÃO VIR); “Você pode vim sempre que quiser” (o certo é PODE VIR).
Em vez de “vai vir” e “vão vir”, prefira ELE VIRÁ e ELES VIRÃO.
Um ou dois VAI ou VÃO?
Leitor quer saber: “Ao usar UM OU DOIS, o verbo vai para o singular ou para o plural? Por exemplo, um ou dois problemas precisa (ou precisam) ser solucionado (ou solucionados)?”
Quando usamos a conjunção OU, com valor de “exclusão” ou de “dúvida”, o verbo deve concordar com o que está mais próximo:
“Ou eu ou você TERÁ de viajar a Brasília para resolver o problema.”
“Ou você ou eu TEREI de viajar…”
“Ladrão ou ladrões INVADIRAM a mansão do Morumbi”.
Portanto, a resposta é: “Um ou dois problemas PRECISAM ser SOLUCIONADOS”.
DIZ ou DIZEM?
Crítica do leitor desta coluna: “Vejamos o que diz os dicionários Caldas Aulete e Michaelis…”
Não tem perdão. O leitor tem razão. O sujeito está no plural: “Vejamos o que DIZEM os dicionários…”
HAJA ou HAJAM?
Leitora pergunta:: “Na frase ‘Na partida em que HAJAM jogadores convocados…’, o verbo HAVER é auxiliar para a formação da voz passiva (hajam sido/tenham sido) ou tem o sentido de ‘existir’, sendo, portanto, impessoal?”
A princípio, podemos interpretar a frase de duas maneiras:
1a) HAVER tem o sentido de “existir”. É verbo impessoal (=sem sujeito). Isso significa que só pode ser usado no SINGULAR: “Na partida em que HAJA (=existam) jogadores convocados…”
2a) É possível interpretarmos a frase na voz passiva (=com o verbo SER subentendido). Nesse caso, o termo JOGADORES seria o sujeito. O verbo HAVER seria auxiliar e deveria concordar no plural: “Na partida em que os jogadores HAJAM SIDO CONVOCADOS…”
Para saber qual das duas interpretações é a correta, é necessário conhecer o restante da frase.
O mais provável é a primeira interpretação: “…hajam jogadores convocados”.
Qual é a forma correta?
a) Catalizador ou catalisador ?
b) Megaestrela ou mega-estrela ?
c) Chegou em Cuba ou a Cuba ?
d) Mau-humorado ou mal-humorado ?
e) Isto não aconteceu por que ou porque os africanos não puderam viajar ?
Respostas:
(a) catalisador;
(b) megaestrela;
(c) chegou a Cuba;
(d) mal-humorado;
(e) porque.
Plural - Qual é o plural de aparelho de ar-condicionado? - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa
Qual é o plural de aparelho de ar-condicionado?
O plural é APARELHOS de ar-condicionado.
Se você queria o plural de AR-CONDICIONADO, seria “ares-condicionados”.
Achou feio, estranho? Eu também. Prefira, então, CONDICIONADORES DE AR.
Deve-se OU devem-se?
Crítica do leitor: “Você diz que a forma correta é DEVEM-SE EVITAR as formas rebuscadas, afirmando que FORMAS REBUSCADAS é o objeto direto da forma passiva e portanto o sujeito da forma ativa. Acontece que FORMAS REBUSCADAS é o objeto direto do verbo EVITAR e não do verbo DEVER. A forma ativa correspondente seria EVITAR AS FORMAS REBUSCADAS É DEVIDO, por mais pedante que seja essa expressão. Parece-me que é exatamente o mesmo caso de DEVE-SE ASSISTIR A TODOS OS JOGOS.”
Meu caro leitor, está havendo uma confusão muito grande.
1o) FORMAS REBUSCADAS é o objeto direto da voz ATIVA (=deve evitar as formas rebuscadas) e sujeito da VOZ PASSIVA (=devem-se evitar as formas rebuscadas);
2o) A partícula SE é apassivadora. “Devem-se evitar as formas rebuscadas” (=voz passiva sintética) corresponde a “As formas rebuscadas devem ser evitadas” (=voz passiva analítica). O termo “as formas rebuscadas” é o sujeito das duas frases.
3o) “Devem evitar” e “deve assistir” são locuções verbais.
4o) A diferença está no verbo principal: EVITAR é transitivo direto e ASSISTIR é transitivo indireto.
5o) Só podemos fazer voz passiva se houver objeto direto na voz ativa para transformar-se no sujeito da voz passiva: “Ele deve evitar as formas rebuscadas (OD)” > “As formas rebuscadas (SUJEITO) devem ser evitadas” = “Devem-se evitar as formas rebuscadas (SUJEITO)”. O verbo deve concordar no PLURAL porque o sujeito está no plural.
6o) Em “Deve-se assistir (TI) a todos os jogos (OI)” não há objeto direto para virar o sujeito da voz passiva. Nesse caso, a partícula SE é indeterminadora do sujeito. Consequentemente o verbo deve concordar no SINGULAR.
CO-HABITAR ou COHABITAR ou COABITAR?
Segundo o novo acordo ortográfico, não usaremos mais hífen após o prefixo CO. Assim sendo, deveremos escrever sempre “junto”, sem hífen: copiloto, cotangente, cosseno, cooperar, colaborar, coirmão, cofundador, corresponsável, coprodução.
A resposta correta, portanto, é COABITAR. A perda do H se deve ao fato de só haver o H mudo no início das palavras ou com hífen: coabitante, coerdeiro, reaver, desumano, subumano ou sub-humano, mal-humorado, super-homem…
EMINENTE ou IMINENTE?
PRESCREVER ou PROSCREVER?
Leitor quer saber:
a) “O perigo era tão grande que já era EMINENTE ou IMINENTE”?
b) “O prazo de validade já PROSCREVEU ou PRESCREVEU”?
O correto é:
a) “O perigo era tão grande que já era IMINENTE”
b) “O prazo de validade já PRESCREVEU”
“O perigo era…IMINENTE.” (=que ameaça cair sobre alguém ou
alguma coisa; que está para acontecer);
“O prazo…PRESCREVEU.” (=ficou sem efeito por ter decorrido o
prazo legal; perdeu a validade).
Resumindo:
a) IMINENTE é o que está para ocorrer imediatamente, em breve;
EMINENTE é importante; pessoa que ocupa cargo ou função elevada;
b) PRESCREVER é receitar ou perder a validade, expirar o prazo;
PROSCREVER é banir, expulsar ou proibir.
Há crase ou não?
Leitor quer saber qual é a forma correta:
a) “Em resposta À ou A reclamação acima citada”?
b) “De acordo com o diretor, o descumprimento das diretrizes
estabelecidas será considerado transgressão disciplinar sujeita À ou A advertência escrita, suspensão e, finalmente, desligamento da empresa”?
Respostas:
a) “Em resposta à reclamação acima citada.” (=”Em resposta AO pedido acima citado”);
b) “…sujeita a advertência escrita, suspensão e…” (=”…sujeita A elogio escrito, suspensão…”
A diferença é a presença do artigo para definir “a reclamação acima citada” na frase (a). Na frase (b), não há crase porque não há artigo antes de advertência (palavra tomada no sentido genérico, indeterminado, não específico).
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