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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cujo - Cujos - Pronome Relativo


O uso do pronome CUJO

Muita gente quer saber onde está o dito “cujo”.

Costumam dizer que o pronome CUJO é um ser “semimorto”. Segundo ele, só existe na língua escrita. Todos entendem o sentido de uma frase em que apareça o pronome CUJO, mas ninguém se lembra dele na hora de falar.

Isso se comprova na fala do brasileiro. Observe a si mesmo e depois me diga se não é verdade. Você falaria, por exemplo, no seu dia a dia, uma frase do tipo “Estava falando com o vizinho CUJO filho foi contratado pelo Flamengo”?

Acredito que todos entenderiam a frase, mas que dificilmente seria usada na fala coloquial. Na verdade, a presença do pronome CUJO caracteriza o uso formal da língua portuguesa. Praticamente só é usado na linguagem escrita.

O curioso, entretanto, é que todos ou quase todos entenderiam a frase, ou seja, que “eu estava falando com o vizinho e que o Flamengo contratou o filho desse vizinho”.

Vamos, então, responder concretamente às perguntas do leitores:

1o) Só podemos usar o pronome CUJO quando existe uma relação de “posse” entre o antecedente e o substantivo subsequente. O “vizinho cujo filho” significa “o filho do vizinho (=o filho dele, o seu filho)”.

2o) Jamais usamos artigo definido entre o pronome CUJO e o substantivo subsequente. Falar “vizinho cujo o filho” está errado. O pronome CUJO sempre concorda em gênero e número com o subsequente: “vizinho CUJA FILHA, CUJOS FILHOS, CUJAS FILHAS“.

3o) O pronome relativo CUJO deve vir antecedido de preposição, sempre que a regência dos termos da 2ª oração exigir:

“Este é o vizinho DE cujo filho ninguém gosta.”

(O verbo GOSTAR é transitivo indireto = GOSTAR DE alguma coisa – “Ninguém gosta DO filho do vizinho”)

“Este é o vizinho EM cujos filhos todos confiam.”

(CONFIAR EM = “Todos confiam NOS filhos do vizinho”)

“Este é o vizinho A cujos filhos fizemos mil elogios.”

(=”Fizemos mil elogios AOS filhos do vizinho”)

“Este é o prefeito COM cujas ideias não concordamos.”

(=”Não concordamos COM as ideias do prefeito”)

“Este é o prefeito CONTRA cujas ideias sempre lutamos.”

(=”Sempre lutamos CONTRA as ideias do prefeito”)

Você está achando tudo muito estranho? Que o CUJO é muito feio?

Tudo bem, eu respeito a sua opinião. Mas não esqueça: nem tudo que é feio ou estranho está errado.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Tipos de Pronomes

Os tipos de pronomes


Como já sabemos, os pronomes acompanham ou substituem o nome (substantivo).
Para complementar nossos conhecimentos sobre eles, conheceremos um pouco mais sobre sua classificação:

Pronomes Possessivos:
Como o próprio nome já revela, os pronomes possessivos são aqueles que dão a ideia de posse. Observaremos o quadro a seguir:



Pronomes Demonstrativos:

São aqueles usados pelas pessoas na intenção de demonstrar algo. Conheceremos cada um deles e a sua correta utilização:

Esta – essa – aquela
Estas – essas – aquelas
Este – esse – aquele
Estes – esses – aqueles
Isto - isso – aquilo

Precisamos estar atentos quanto aos detalhes:

Este – estes - estas - isto – São utilizados quando o elemento (pessoa, objeto, animal) está com a pessoa que fala:

Ex: Esta é a história em quadrinhos que eu mais gosto. 

Esse – essa – esses – essas – Sã utilizados quando o elemento está com quem se fala:

Ex: Por favor, empreste-me esse livro?
Aquele – aquela – aqueles – aquelas – aquilo
São utilizados quando o elemento não está com a pessoa que fala e nem com a pessoa com quem se fala:

Ex: Aquele parque de diversões é repleto de novidades.
Pronomes Indefinidos:
Eles acompanham ou substituem o substantivo de maneira vaga, indefinida, são eles:

Algum, alguma, nenhum, nenhuma, todas, todos, alguém, ninguém, muito, poucos, qualquer, tudo, nada: 
O filme começaria à tarde, mas ninguém comprou os ingressos.
Todos os alunos participaram da competição.

Pronomes Relativos
Os pronomes relativos se referem a um substantivo já dito anteriormente na oração. Entre eles estão:

O qual – os quais – cujo – onde – quem - que
Ex: As garotas que foram vencedoras receberam a premiação.
O pronome “que” substitui o substantivo – garotas, podendo ser substituído pelo pronome “as quais”:
As garotas as quais foram vencedoras receberam a premiação.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quis ou quiz? - Dicas de Português

A conjugação correta do verbo “querer” no pretérito perfeito do indicativo é “quis”, com “s” ! Portanto, o correto é dizer: Eu não quis fazer isso!

Muitos escrevem com “z” por comparação com outros verbos, como fazer (eu fiz) ou dizer (ele diz):

Eu fiz (passado) um presente para você!
Eu quis (passado) comprar um presente para você!

Ele diz (presente) umas coisas...
Ele quis (passado) umas coisas...

Na dúvida, fique sempre atento ao seguinte: nas conjugações do verbo “querer” não existe “z”, há o som, mas não há a consoante. Assim, toda vez que aparecer o som de “zê”, escreve-se “s”: quando eu quiser, tu quiseste, ele quis, se eu quiser, quando ele quiser, etc.

O gerúndio é querendo e o particípio é querido. Já o infinitivo é querer: Nada disso me faz querer ser milionário!

Vogais - Português


Vogais

Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou duas vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas /e o/ e as vogais baixas /ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de apofonia. Como o catalão, o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas ​​com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos, centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades das palavras.114

Fonologia - Português


Fonologia

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem especial atenção quando a aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas das línguas românicas, com vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas /e/, /o/ e as vogais semiabertas /ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do espanhol, e o contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o e caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes, embora algumas variedades da língua tenham menos fonemas (o português brasileiro é geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.114

Gramática - Português



A gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das demais línguas românicas, especialmente à do espanhol e ainda mais à do galego. O português é um idioma relativamente sintético e flexivo.112 113

Substantivos, adjetivos, pronomes e artigos são moderadamente flexionados: existem dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural). O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi perdido, mas os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de formas: sujeito, objeto do verbo e objeto da preposição. A maioria dos substantivos e adjetivos pode levar muitos sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a maioria dos adjetivos podem ter sufixo derivacional "superlativo". Os adjetivos normalmente seguem o substantivo.112 113

Os verbos são altamente flexionados: existem três tempos (passado, presente e futuro), três modos (indicativo, subjuntivo, imperativo), três aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas vozes (ativa e passiva) e um infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos, totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o agente substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente uma língua SVO, embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto no inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O português tem dois verbos de ligação.112 113

A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras línguas românicas, como um pretérito mais-que-perfeito sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do idioma português é a mesóclise, a infixação de pronomes clíticos em algumas formas verbais.112 113

DICA SOBRE COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSO PÚBLICO



Estudar a matéria de Português para concursos públicos não é tarefa das mais fáceis.  Mesmo aqueles estudantes que conseguiram excelentes notas durante o ensino médio, ou em outros cursos dessa matéria, encontram algum tipo de dificuldade quando se deparam com questões de português para concursos públicos.

Isso acontece exatamente porque as bancas querem aferir do candidato, não é apenas o conhecimento básico do assunto, como acontece nos exames escolares, mas a capacidade de raciocínio, controle emocional, atenção, senso de orientação diante de situações difíceis e estressantes, entre outros.  Por esse motivo, utilizam diversas estratégias para forçar o candidato (mesmo aquele mais preparado) a ter dúvida sobre determinada questão, como as famosas “pegadinhas”, por exemplo.
Resumindo: as provas de concursos públicos visam selecionar os melhores servidores para ocupar determinados cargos públicos, pois para o órgão contratante é prova suficiente que os aprovados em um teste de alto grau de dificuldade (entre milhares de candidatos) são pessoas disciplinadas, organizadas, determinadas em alcançar seus objetivos e, portanto, capacitadas para exercer todas as funções que o cargo exigir.

É praticamente a mesma coisa que acontece nas seleções das empresas privadas, onde são realizadas entrevistas e outras atividades para a escolha dos melhores candidatos.

Voltando a falar sobre a matéria de português, uma prática muito comum dos candidatos quando iniciam o estudo dessa matéria para concursos públicos, é adquirir de pronto uma gramática ou um livro especifico. Muitos sequer procuram um professor ou colega mais experiente para se informar sobre os assuntos que são cobrados nas questões.

Uma excelente dica, principalmente para os novatos, é adquirir as provas dos concursos passados de determinada instituição que tradicionalmente organiza o concurso pretendido ou de qualquer outra.
Com essas provas nas mãos o candidato deve fazer o seguinte:

1. separar as questões por assunto, da mesma forma como é colocado no conteúdo programático dos editais.
Exemplo prático para quem está estudando para provas da FCC:
Edital: Língua Portuguesa
- Crase, Regência nominal e verbal, Pontuação.

QUESTÕES – ASSUNTO: CRASE
(QUESTÃO – FCC) Muitos consumidores não se mostram atentos …… necessidade de sustentabilidade do ecossistema e não chegam …… boicotar empresas poluentes; outros se queixam de falta de tempo para se dedicarem …… alguma causa que defenda o meio ambiente.
 As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por
A) à – a – a
B) à – a – à
C) à – à – a
D) a – a – à
E) a – à – à

2. com a ajuda de uma gramática o candidato deve analisar todas as alternativas da questão, utilizando as regras e dicas sugeridas pelos professores. Esse comentário será o único recurso que ajudará o candidato na fixação do assunto.
Exemplo do comentário dessa questão:
1ª LACUNA – o termo regente “atentos” exige a preposição “a”, e o termo regido
“necessidade” é um substantivo feminino que admite o artigo “a”.
1ª dica: para confirma a ocorrência ou não da crase, basta trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer “ao” usa-se crase, caso apareça “a” ou “o” não haverá crase.
não se mostram atentos à necessidade = CRASE
não se mostram atentos ao necessitado = CRASE
2ª dica: substituir a preposição “a” por outra, se o artigo “a” permanecer, então a crase é aplicável.
não se mostram atentos à necessidade = CRASE
não se mostram atentos  para a necessidade = CRASE
2ª LACUNA – não ocorre crase antes de verbo.
não chegam a / boicotar = SEM CRASE
3ª LACUNA – não ocorre crase antes de pronomes indefinidos (algum, bastante, um…)
Para se dedicarem a / alguma (sentido vago) causa que defenda o meio ambiente = SEM CRASE
GABARITO – LETRA: A

3. imprima todas as questões, coloque uma folha identificando o assunto, encaderne e use como material de revisão.
Exemplo: PORTUGUÊS – ASSUNTO: CRASE/FCC
 Além de seguir essas dicas, é importante observar o seguinte:
 - os tópicos de português não desatualizam, como acontece com as matérias de Direito, por exemplo. Portanto, colecione o máximo de questões que puder, independentemente, de ano, área de estudo ou do cargo pretendido;

 - refaça várias vezes o exercício das mesmas questões, até conseguir fixar as regras. Lembrando que podem ser usadas questões de outras bancas. A fórmula é essa: TEORIA + PRÁTICA = APROVAÇÃO.

- O candidato não deve ficar focado somente em “macetes” para resolver questões de português, claro que existem dicas valiosas dos professores que funcionam muito bem, como o assunto de crase, por exemplo, mas isso não é regra. Em caso de dúvida o que vai funcionar de verdade é a orientação de um professor, pois as bancas exigem dos candidatos o conhecimento da norma padrão da língua portuguesa. Esqueça a decoreba!

- Se você não tem condições financeiras para comprar uma gramática ou frequentar um curso, saiba que a internet está repleta de materiais de excelente qualidade produzidos e disponibilizados por professores e concurseiros que gostam de compartilhar o conhecimento.

 RESUMO DA ÓPERA - Durante a preparação, muitos candidatos acabam deixando de lado o estudo de português, pois acham que no momento da prova vão simplesmente conseguir adivinhar assuntos como concordância, regência, verbo, ou interpretação de texto. É importante que esses candidatos saibam que a disciplina de português é responsável por grande parte das aprovações nos concursos públicos.

 “Prestar prova de Concurso Público não é a mesma coisa que marcar cartão de loteria… Estude o máximo que puder, para ter no momento da prova, pelo menos o benefício da dúvida.” [Fontenele]

Formação do plural – Parte 5 - Plural das palavras COMPOSTAS - Português


Formação do plural – Parte 5

Plural das palavras COMPOSTAS

5) Se a palavra composta, com HÍFEN, é constituída de um verbo e

um substantivo, somente o substantivo vai para o plural: arranha-céus, bate-papos, bate-bocas, bate-bolas, caça-talentos, guarda-chuvas, lança-perfumes, lava-pés, mata-borrões, para-brisas, para-choques, para-lamas, porta-bandeiras, porta-vozes, quebra-cabeças, quebra-molas, salva-vidas, vira-latas…

Observe a diferença:

a)    Em GUARDA-CIVIL, GUARDA é substantivo e CIVIL é adjetivo. Os dois

vão para o plural: GUARDAS-CIVIS, guardas-noturnos, guardas-florestais…

b) Em GUARDA-CHUVA, GUARDA é verbo e CHUVA é substantivo. Só o

substantivo vai para o plural: GUARDA-CHUVAS, guarda-louças, guarda-roupas, guarda-costas…

6) Se a palavra composta, com HÍFEN, é constituída de dois ou mais adjetivos, somente o último adjetivo vai para o plural: consultórios MÉDICO-CIRÚRGICOS; candidatos SOCIAL-DEMOCRATAS; atividades TÉCNICO-CIENTÍFICAS; problemas POLÍTICO-ECONÔMICOS; questões LUSO-BRASILEIRAS, camisas RUBRO-NEGRAS, cabelos CASTANHO-ESCUROS; olhos VERDE-CLAROS…

Os adjetivos compostos referentes a cores são INVARIÁVEIS quando o segundo elemento é um substantivo: verde-garrafa, verde-mar, verde-musgo, verde-oliva, azul-céu, azul-piscina, amarelo-ouro, rosa-choque, vermelho-sangue…

Observe a diferença:

1. Olhos VERDE-CLAROS            = cor + adjetivo (claro ou escuro);

2. Calças VERDE-GARRAFA        = cor + substantivo.

Também são invariáveis: AZUL-CELESTE e AZUL-MARINHO.



DESAFIO

Que são xifópagos?

a)    o mesmo que xipófagos;

b)    extraterrestres;

c)    crianças que nascem ligadas.

Resposta do DESAFIO:

Letra (c). Crianças que nascem ligadas por parte do corpo são xifópagas. Xipófagos não existem.

Recrear ou recriar? Incipiente ou insipiente? Veja as diferenças - Português


DÚVIDAS

1ª) Concordância está correta: “A Cordilheira dos Andes é o vosso altar ou o vosso túmulo. Não comunguem as hóstias malditas das drogas.”

É o velho problema do duplo tratamento: segunda pessoa (vosso) e terceira pessoa (não comunguem).
Na segunda pessoa do plural, ficaria “não comungueis”. E na terceira pessoa, deveríamos substituir o pronome possessivo “vosso” por “seu”: “A Cordilheira dos Andes é o seu altar ou o seu túmulo. Não comunguem as hóstias malditas das drogas”.


2ª) Qual é a diferença entre RECREAR e RECRIAR?

a)    RECREAR é “divertir”;

b)    RECRIAR é “criar de novo”.


3ª) Qual é a diferença entre INCIPIENTE e INSIPIENTE?

a)    INCIPIENTE é “iniciante, principiante”;

b)    INSIPIENTE é “sem saber, ignorante”.

Diferença entre ouvido e orelha? - Português



…qual é a diferença entre ouvido e orelha?

Tenho a certeza de que você sabe, mas há pelo menos um repórter policial que imagina que ouvido e orelha sejam sinônimos.
Leitor jura ter lido num “bom jornal” do sul do país: “Menino raptado teve apenas um ouvido decepado”. É óbvio que o autor referia-se à orelha, e não ao conjunto de órgãos que constituem cada ouvido.
O uso do “apenas” indica que o repórter, além de não saber a diferença entre ouvido e orelha, achou que decepar só uma orelhinha era pouco. É bom lembrar também que rapto é mais usado para mulheres com fins libidinosos. O mais provável é que o pobre menino tenha sido sequestrado.
Isso tudo significa que “o menino sequestrado teve uma orelha decepada” e que o repórter está merecendo um “puxão de orelhas”.
O mesmo leitor nos manda outro absurdo jornalístico: “Policial foi atingido na altura do ventre por um tiro disparado por dois marginais”. Só faltou dizer que nosso policial carregava um filho no ventre ou que o tiro atingiu o útero. Ora, o tal tiro deve ter atingido o policial na altura do abdômen.
Quanto ao tiro disparado por dois marginais, fico imaginando algumas hipóteses. Será que os dois marginais estavam segurando um único revólver? Ou será que um colocou a bala no revólver e o outro disparou o tiro? Ou será que o policial foi atingido por um dos tiros disparados por dois marginais? Ou será que estou ficando louco?!

Casas são germinadas ou geminadas - Qual é diferença entre ESPERTO e EXPERTO? - DÚVIDAS - Português





1ª) Casas são germinadas ou geminadas.

Disseram-lhe que o certo é “casas geminadas”, mas ele não acreditou.

Pode acreditar. Casas geminadas são casas gêmeas, ou seja, “iguais, coladas, parede com parede”.

Germinar é “nascer, desenvolver”. Vem de germe.

Casas “germinadas” só se estivessem “cheias de germes”!!!


2ª) Qual é diferença entre ESPERTO e EXPERTO?

a)    ESPERTO é “astuto, que tem esperteza, vivacidade”;

b)    EXPERTO é “perito, especialista, expert (em inglês)”.

Formação do plural – Parte 6: Plural das palavras COMPOSTAS - Português


7) Se houver uma preposição entre os dois substantivos, só o

primeiro elemento vai para o plural: amigos da onça, bicos de papagaio, dores de cotovelo, estrelas-do-mar, generais de divisão, joões-de-barro, mulas sem cabeça, pais de santo, pães de ló, pés de cabra, pés de moleque, pores do sol, caras de pau…

Observe que, devido ao fato de o primeiro elemento ser advérbio, que é palavra invariável, os FORA DA LEI e os FORA DE SÉRIE são INVARIÁVEIS.



8) Se o primeiro elemento for advérbio, preposição ou prefixo, somente o segundo elemento vai para o plural: abaixo-assinados, alto-falantes, anti-imperialistas, micro-ondas, bel-prazeres, contra-ataques, grão-duques, recém-nascidos, sem-vergonhas, super-homens, todo-poderosos, vice-campeões…

No caso das palavras formadas pela preposição SEM, as palavras ficam invariáveis: os SEM-TERRA, os SEM-TETO, os SEM-NOÇÃO…

9) Se a palavra composta é constituída por advérbio + pronome + verbo, somente o último elemento varia: bem-me-queres, bem-te-vis, não me toques…



10) Se a palavra composta é constituída pela repetição das palavras

(onomatopeias = reprodução dos sons), o segundo elemento vai para o plural: bangue-bangues, pingue-pongues, reco-recos, teco-tecos, tique-taques, zigue-zagues…

Casos especiais:

Os arco-íris, as ave-marias, os banhos-maria, os joões-ninguém, os louva-a-deus, os lugar-tenentes, os mapas-múndi, os padre-nossos, as salve-rainhas, os surdos-mudos…

São INVARIÁVEIS:

a)    compostos de verbo + palavra invariável:

os bota-fora, os cola-tudo, os topa-tudo…

b)    compostos de verbos de sentido oposto:

os entre e sai, os leva e traz, os perde-ganha, os sobe e desce, os vai-volta…

c)    expressões substantivadas:

os bumba meu boi, os chove não molha, os disse me disse…



DESAFIO

Que é exequível?

a)    factível, que pode ser concretizado;

b)    igualável, que pode ser igualado;

c)    impossível, que não pode ser feito.



Resposta do DESAFIO de hoje:

Letra (a). Exequível é tudo aquilo que pode ser feito, que é possível ser executado. Inexequível é o que não se pode realizar, é impossível ser concretizado.

Você sabe qual é a diferença entre estalo e estampido? - Português


…qual é a diferença entre estalo e estampido?

O ruído causado porque alguma coisa quebrou é estalo. Estampido é um som forte e repentino. Um tiro de revólver pode produzir um estampido. Estalo é, por exemplo, o ruído causado pela quebra de um copo. Um pequeno estalo é estalido.

E os ovos fritos são estalados ou estrelados?

Estrelar pode significar “encher de estrelas, brilhar, trabalhar como estrela e fritar ovos”. Assim sendo, os ovos são estrelados. Isso não quer dizer que não haja estalos durante a fritura dos ovos ou quando se quebra a casca dos ovos…

E o certo é fritar ou frigir ovos?

Tanto faz. No frigir dos ovos, fritar e frigir são sinônimos. Assim sendo, quando frigimos ou fritamos, os ovos ficam estrelados. Não há ovos “estralados”, muito menos ovos “estatelados”…

terça-feira, 16 de julho de 2013

Verbo SER - Português


DICA DE CONCORDÂNCIA

Com o verbo SER:

a) Quando não há sujeito (=referindo-se a tempo ou a espaço), deve concordar com a palavra seguinte: “É uma hora da tarde.” “SÃO duas horas da tarde.” “SÃO treze horas.” “DEVE SER meio-dia e meia.” “PODERIAM SER doze horas e trinta minutos.” “ERAM dez para as três.” “SÃO treze quilômetros até o centro da cidade.”

Quanto aos dias do mês, para evitar a velha polêmica “hoje é ou são oito de julho”, sugerimos: “Hoje É dia oito de julho.” “Amanhã SERÁ dia nove.”

b) Se o sujeito estiver no singular e o predicativo no plural (ou vice-versa), a concordância se faz de preferência no PLURAL: “Tudo SÃO hipóteses.” “O problema ERAM as chuvas.” “O resultado da pesquisa FORAM números assustadores.” “Esses dados SÃO parte de um relatório elaborado pela comissão especial do Senado.” “As cadernetas de poupança ERAM a melhor garantia para o futuro.” “Estas providências  FORAM a salvação da empresa.”

c) Se o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo deve concordar com o SUJEITO: “Beto ERA as esperanças do time.” “Fernando Pessoa É muitos poetas ao mesmo tempo.” “Eu SOU o responsável.” “Ele é forte, mas não É dois.”

d) Se o predicativo for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo concorda com o PREDICATIVO: “As esperanças do time ERA o Beto.” “O responsável SOU eu.” “Os escolhidos FOMOS nós.”

e) Se houver dois pronomes pessoais, o verbo SER concorda com o primeiro: “Eu não SOU você.” “Ele não É eu.” “Nós não SOMOS vocês.”

f) Nas frases interrogativas, o verbo SER concorda com o predicativo: “Quem SÃO os convocados?” “Quem FORAM os responsáveis?” “Que SÃO seis meses?”

g) Quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo fica no SINGULAR: “Eu moro neste edifício, que em breve SERÁ só escombros.” “Esta empresa, que hoje É só demissões, já foi líder de mercado.”

h) Se o predicativo for o pronome demonstrativo “o”, o verbo SER fica no SINGULAR: “Inimigos É o que não lhe falta.” “Eleições diretas É o que o povo queria.”

i) Antes de muito, pouco, bastante, demais…(=indicação de preço, quantidade, medida, porção ou equivalente), o verbo SER fica no SINGULAR: “Mil dólares É MUITO por este trabalho.” “Dez quilômetros É DEMAIS para mim.” “Duas lutas SERÁ POUCO para ele ganhar experiência.”



VOCÊ SABE…

…de onde vem a palavra adivinhação? E se é possível comemorar a morte de um amigo?

1ª) Adivinhação deriva de divino. Assim sendo, dizer que alguém

tem “o dom divino da adivinhação” é redundante, porque o dom da adivinhação já seria divino. E é, por isso, que o verbo adivinhar se escreve com “i”, e não “advinhar”. Há quem confunda o adivinhar e a adivinhação, que vêm de divino, com palavras que receberam o prefixo “ad-“ (=junto) e que se escrevem sem vogal após o prefixo: adjetivo, adjunto, advir, advindo, adquirir, adquisição, advento, adverbial, advertência, advogar, advogado…

2ª) Comemorar deriva de memória: co (=junto) + memorar (=trazer à memória). Significa “lembrar junto, trazer à memória”. Não seria errado, portanto, comemorar o aniversário da morte de alguém. Seria estranho, pois hoje em dia todos nós associamos o verbo comemorar a festejar. Até brincamos: em vez de comemorar, alguns preferem “bebemorar”, como se comemorar fosse derivado do verbo comer. Estranho seria “festejar” a morte do amigo, pois deriva de festa.



CRÍTICA DO LEITOR

“A exímia pista de dança, onde mal cabem quarenta pessoas…”

A crítica do leitor é perfeita. Confundimos exímia com exígua. Exímia é quem revela perfeição naquilo que faz: “Ela é uma exímia dançarina”. No caso da pista de dança, “ela é exígua”, ou seja, “diminuta, que tem pequena dimensão”.



DESAFIO

Que é um hebdomadário?

a)    um animal pré-histórico;

b)    um tipo de armário;

c)    um semanário.



Resposta: letra (c) = hebdomadário é uma publicação semanal. Hebdomático, que vem do grego hebdomatikós, significa “relativo ao número sete”. Hebdômada significa “semana” ou “espaço de sete dias, sete semanas ou sete anos”.

Português: O que o algodão é o filólogo têm em comum? O que é isonomia? Que significa deferir?


1º) O que o algodão é o filólogo têm em comum?

É o amor. O algodão é hidrófilo, ou seja, é “amigo” (filo) da água (hidro); e o filólogo é “quem ama” (filo) as palavras, a boa fala (logo).

Os elementos “filo” (=amigo, quem ama), “hidro” (=água) e “logo” (=palavra, fala) vêm do grego.

O algodão é hidrófilo (=amigo da água) porque é absorvente. É interessante lembrar que “filia” (=amor) se opõe a “fobia” (=aversão, medo).

Meu amigo e acadêmico Evanildo Bechara sempre lembra a origem da filologia, que o filólogo é, antes de tudo, um “amante da palavra”, um “amante da boa fala”.

É importante observar a presença do elemento grego “filo” em outras palavras: filosofia = amante (filo) do saber (sofia); filantropia = quem tem amor ao ser humano (antropo); necrofilia = quem ama o morto (necro); pedofilia = quem se sente atraído por criança (pedo)…

Quanto ao elemento “logo” (=palavra), é interessante registrar: logopedia = logo (palavra, fala) + pedia (criança); logomania = mania de palavras; monólogo = fala de um só (mono); diálogo = por meio (dia) da palavra; neologismo = nova (neo) palavra…


DESAFIOS

1º) O que é isonomia?

a)    duas pessoas de nomes iguais;

b)    doença cardiovascular;

c)    igualdade.


2º) Que significa deferir?

a)    aprovar;

b)    diferenciar;

c)    diferençar.


Respostas:

1º) letra (c) = “iso” significa “igual”. Certa vez, li num bom jornal: “A tese da isonomia fiscal busca a igualdade”. É uma típica frase que não diz nada, pois não há isonomia que não busque a igualdade. Para duas ou mais pessoas de nomes iguais, a palavra é homonímia.

2º) letra (a). No fim de um requerimento, é comum pedirmos deferimento, ou seja, que o requerimento seja aprovado. Certa vez, li num bom jornal: “Juiz deferiu favoravelmente o pedido do réu”. Temos aqui uma redundância, pois, se o juiz deferiu, só pode ter sido “favoravelmente”. Todo deferimento é um despacho favorável. E não devemos confundir deferir com diferir, que significa “fazer diferença” (=diferenciar, diferençar).

Português: qual é a origem da palavra impostor? E de onde vem o verbo sabatinar?


1º) qual é a origem da palavra impostor? E de onde vem o verbo sabatinar?

Na origem, impostor era a autoridade que cobrava ou criava

impostos. Hoje em dia, impostor passou a significar “mentiroso, enganador”.

Essa mudança semântica se deve provavelmente à falta de caráter e de escrúpulos dos cobradores de impostos. Certamente foi a atitude dos impostores que transformou o sentido da palavra.

Algo semelhante deve ter ocorrido com a palavra tratante. Se o estudante é aquele que estuda, se o atendente é quem atende e se o dirigente dirige, o tratante só poderia ser aquele que trata. Possivelmente, o tratante de tanto tratar, mas não cumprir o trato, passou a ser o atual tratante, ou seja, aquele que não cumpre os tratos que faz.

Antigamente, no nosso ensino, eram comuns as provas feitas aos

sábados. Daí a origem das sabatinas. As provas mudaram de dia, mas o verbo sabatinar ficou. Hoje é sinônimo de arguir.

Em Brasília, sabatinar um político na sexta-feira é impossível. O problema não é o fato de a sabatina ter de ser feita só aos sábados. Hoje em dia, uma sabatina (=arguição, prova) pode ser feita em qualquer dia da semana. Difícil é encontrar algum político em Brasília na sexta-feira!!!

 


DICAS DE CONCORDÂNCIA - CONFORME ou CONFORMES? - É PROIBIDO ou É PROIBIDA? - EXTRA ou EXTRAS?


Dicas de Português

DICAS DE CONCORDÂNCIA

 
1.  CONFORME ou CONFORMES?

a) Como conjunção conformativa (=segundo, como) é invariável:

“Fez tudo CONFORME os procedimentos estabelecidos.”

“CONFORME as leis vigentes, esta é a única solução.”

b) Como adjetivo, deve concordar com o substantivo a que se refere:

“Durante a auditoria, só encontraram produtos CONFORMES.”

“Ficaram CONFORMES (=CONFORMADOS) com a atual situação.”

 

2.  É PROIBIDO ou É PROIBIDA?

Só concorda com o substantivo se estiver determinado:

“É PROIBIDA a entrada de estranhos.”

“É PROIBIDO entrada de estranhos.”

“A bebida alcoólica não é PERMITIDA.”

“Bebida alcoólica não é PERMITIDO.”

“Demissão em massa não é BOM para o governo.”

“Sua demissão não foi BOA para o governo.”

 

3.  EXTRA ou EXTRAS?

EXTRA, como adjetivo (abreviação de EXTRAORDINÁRIO), deve concordar com o substantivo a que se refere:

“Trabalhou muitas horas EXTRAS.”

“Fez vários serviços EXTRAS.”

 

4. HAJA VISTA ou HAJA VISTO ?

HAJA VISTA é invariável.

“Ele foi demitido HAJA VISTA o problema surgido.”

“Ele foi dispensado HAJA VISTA os pontos atingidos.”

“Ele foi reprovado HAJA VISTA as notas tiradas.”

 

Português: INRRETORNÁVEL???


Dúvidas de Português

 INRRETORNÁVEL???

“Professor, não encontramos nos dicionários a palavra inrretornável: Ele fez uma viagem inrretornável. Existe o termo?”

Meu caro leitor, a palavra “inrretornável” não existe. Na verdade, não existe nenhuma palavra com o grupo “nrr”. Temos “inr” ou “irr”: inremediável ou irremediável, inrestaurável ou irrestaurável, irretorquível, irreversível…

A nossa viagem sem retorno, por enquanto vai ficar sem retorno mesmo, pois a palavra “irretornável” ainda não está registrada no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras.

Português: DICAS DE CONCORDÂNCIA - JUNTO ou JUNTOS? - MEIO ou MEIA? - BASTANTE ou BASTANTES?


DICAS DE CONCORDÂNCIA

1. JUNTO ou JUNTOS?

É um adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se refere: “Os fortes sentimentos vêm JUNTOS”; “Em campo, Romário e Ronaldo JUNTOS”; “Uma vitória que a dupla de atacantes quer comemorar jogando JUNTA por muito tempo ainda”.

Observação 1: JUNTO A / JUNTO DE (=perto de)

São sinônimos e invariáveis: “Os dois chutes passaram JUNTO À trave”; “Os reservas estão JUNTO DA comissão técnica”; “Os hotéis ficam JUNTO AO viaduto”; “As casas estão JUNTO DA farmácia.”

Observação 2:

Devemos evitar o uso de JUNTO A com outro sentido que não seja de “perto de”: “Ele está preocupado com seu prestígio JUNTO À torcida” (É preferível: “…COM a torcida”) ; “O governo solicitou um empréstimo JUNTO AO Banco Mundial” (É preferível: “…NO Banco Mundial”).



2. MEIO ou MEIA?

Como numeral (=metade), deve concordar: “Tomou MEIO litro de vodca”; “Tomou MEIA garrafa de vodca”; “Tomou uma garrafa e MEIA”; “Leu um capítulo e MEIO”; “São duas e MEIA da tarde”; “É meio-dia e MEIA”.

Como advérbio (=mais ou menos), é invariável: “A aluna ficou MEIO nervosa”; “A diretoria está MEIO insatisfeita”; “Os clientes andam MEIO aborrecidos”.



3.  BASTANTE ou BASTANTES?

Como advérbio de intensidade é invariável: “Eles trabalharam BASTANTE para chegar até aqui.” “Eles ficaram BASTANTE cansados.” (Neste caso, é preferível usar “MUITO cansados”)

Como pronome indefinido (=antes de um substantivo), deverá concordar com o substantivo: “Está com BASTANTES problemas para resolver.” (É melhor: “MUITOS problemas) “O dia fica aberto, com BASTANTE sol em todas as regiões.” (Simplesmente “com sol” seria melhor)

Devemos evitar o uso de BASTANTE como pronome indefinido.

Como adjetivo (após um substantivo = suficiente), deve concordar com o substantivo: “Ele já tem provas BASTANTES para incriminar o réu.” (É melhor: “provas SUFICIENTES”) “As provas já são BASTANTES para incriminar o réu.” (É melhor: “As provas já são O BASTANTE para incriminar o réu.” / É preferível: “As provas já são SUFICIENTES para incriminar o réu.”)

Português: qual é o numeral ordinal de 200


VOCÊ SABE…

…qual é o numeral ordinal de 200?

 Pois fiquem meus leitores sabendo que esta é a ducentésima vez que lhe digo isso. Os números, volta e meia, nos dão alguma dor de cabeça.

Primeiro foi aquele jornalista que disse: “Fulano de Tal, um septuagenário de 83 anos…” Ora, com mais de 80 anos já é um octogenário. Septuagenário ou setuagenário é quem tem de 70 a 79 anos de idade. Quanto ao número 80, é bom lembrar que o ordinal é octogésimo, e não “octagésimo” como frequentemente ouvimos.

Na última Bienal do Livro no Rio de Janeiro, mais uma vez tivemos a oportunidade de ouvir, durante a entrevista de um deputado, aquele velho chavão: “A bienal está tão maravilhosa que deveria realizar-se todo ano”. Acho ótima ideia, desde que troque o nome… Bienal todo ano não dá. Para quem não “caiu a ficha”, todo ano seria anual, já que bienal é de dois em dois anos.

E por falar em políticos, além da incompetência e da corrupção, muitos nos dão um péssimo exemplo de pobreza vocabular. Ninguém mais fala, afirma ou opina; todos “colocam”. A maioria, em vez de perguntar, prefere “colocar uma pergunta”; em vez de expor suas ideias, só quer “fazer colocações”.

Outro dia, durante uma mesa-redonda, um participante me pediu: “Professor, posso fazer uma colocação?” E eu, rapidamente, respondi: “Em mim, não!”

E voltando ao Senado, lembrei-me de um triste episódio da acareação, transmitida em rede nacional. Depois de tantas colocações, atingimos o clímax quando um ilustre parlamentar bradou: “Precisamos colocar isso nos anais”. E queria saber de quem? No fundo, todos nós sabemos…



DESAFIO

O que é pequenez?

a)    natural ou habitante de Pequim, quem nasce na capital chinesa;

b)    pequeno cão;

c)    mesquinhez, insignificância.



Resposta: letra (c): pequenez é a qualidade ou estado de pequeno. Pequenez, no sentido figurado, é mesquinhez, insignificância.

Quem nasce ou habita a cidade Pequim é pequinês.

E o cãozinho, apesar de pequeno, também é pequinês.