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segunda-feira, 8 de abril de 2013
Letras Iniciais Maiúsculas - Matéria Português
Devido às recorrentes dúvidas, pretendo esclarecer neste artigo em quais situações encaixa-se o emprego das letras iniciais maiúsculas.
Atente-se às enumerações abaixo no que tange ao seu uso.
1) Em início de discurso ou verso, citação direta e depois de ponto final.
Exemplos:
“Como o 7 de setembro de 2011 não foi um feriado prolongado, a PRF não fez comparação com as estatísticas deste ano.” (Iara Lemos – do G1, em Brasília, 10/09/2012)
“E a vida passa, efêmera e vazia.
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia!...” (Raul de Leoni)
"Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa)
ATENÇÃO:
Quando se trata de versos, fica a critério de o poeta escolher se prefere utilizar a inicial maiúscula. A maioria deles a utiliza, mas não se pode generalizar esta preferência.
Veja:
Intromissão
Minha amiga,
deixa de choro,
deixa de desespero,
deixa de drama.
A mais eterna das paixões
dura apenas uma semana.
JOSÉ, Elias. Amor adolescente. São Paulo: Atual, 1999. p.14
2) Utiliza-se a inicial maiúscula nos substantivos próprios.
a) Nomes de pessoa.
José da Silva; Maria das Graças; Deus; Jeová; Tupã; Marte; Vênus; Marcelo; Jorge; Alexandre, o Grande.
b) Nomes de lugar.
Brasil; Portugal; Holanda; América do Sul; Rio de Janeiro; Minas Gerais; Avenida Anhanguera.
Os nomes relacionados à geografia também se incluem neste item.
Via-Láctea; Cruzeiro do Sul; Amazonas; Guanabara; Vesúvio.
c) Em títulos em geral, por exemplo, cargos, repartições, edifícios, livros, jornais, revistas e outros.
Papa; Cardeal; Presidente da República; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa); Caixa Econômica Federal; Revista Língua Portuguesa; Revista Metáfora; O Globo.
d) Nomes relacionados à História (fatos históricos).
Idade Média; Sete de Setembro; Revolução Industrial; Natal.
3) Em substantivos comuns, quando especificados ou utilizados simbolicamente.
o Poeta dos Descobrimentos (Camões);
a Igreja (a religião católica);
o Amor; o Ódio; a Luxúria, etc.
4) Ao se tratar alguém com reverência.
Dona Maria (D. Maria); Senhor José (Sr. José); Vossa Majestade (V. M.).
5) Palavras que se refiram a nomes sagrados:
“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia...” (Gênesis 3:8)
“Segundo a lenda, Thor é filho de Odin com a deusa Iord (uma das representações da primitiva Mãe-Terra), e, devido a tal, seu nome era muitas vezes associado à fecundidade e às questões agrícolas.” (A lenda de Thor)
Referência:
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 49.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
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Interpretação de Textos e os Modernos Vestibulares - Matéria Português
Interpretar exige raciocínio, discernimento e compreensão do mundo
A interpretação de textos é de fundamental importância para o vestibulando. Você já se perguntou por quê? Há alguns anos, as provas de Português, nos principais vestibulares do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a uva". Os tempos são outros, e, dentro das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral, seja escrito.
Nesse sentido, todas as questões são extraídas de textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em função da mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical. Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos os textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas monotemáticas - exemplo adotado pela PUC/RS. Por sua vez, a Unisinos prefere o tema único nas 50 questões de humanas (Português, Língua Estrangeira, Geografia e História ).
Dessa maneira, fica clara a importância do texto como objetivo último do aprendizado de língua.
Quais são os textos escolhidos?
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia e o conto são quase que exclusividade das provas de Literatura (que também trabalham interpretação, por evidente). Assim, seria interessante observar as características fundamentais desses produtos da imprensa.
Os Artigos
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem identificado o autor. Essas opiniões são de expressa responsabilidade de quem as escreveu - chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada pela imprensa. Vejamos um exemplo: um dado conflito eclode em algum ponto do planeta (a todo o instante surge algum), e o professor Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em ZH, os aspectos históricos do embate. Portanto, os temas são, quase sempre, bem atuais.
Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à redação escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Exemplo de Artigo
Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim deste milênio como centros culturais importantes seriam familiares às pessoas que viveram durante o final do século passado. O peso relativo de cada uma delas pode ter variado, mas as metrópoles que contam ainda são basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, Roma, Madri, São Petesburgo.
(Nelson Archer - caderno Cidades, Folha de S. Paulo, 02/05/99)
Os Editoriais
Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem aquela mesma estrutura. Todos os jornais e revistas têm esses editoriais. Os principais diários do país produzem três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará de política; outro, de economia; um outro, de temas internacionais. A diferença em relação ao artigo é que o autor, o editorialista, não expressa sua opinião, apenas serve de intermediário para revelar o ponto de vista da instituição, da empresa, do órgão de comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da confiança do dono da empresa de comunicação. Os temas, por evidente, são a pauta do momento, os assuntos da semana.
As Notícias
Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias são autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também chamado de lide), o autor deve responder às cinco perguntinhas básicas do jornalismo: Quem? Quando? Onde? Como? E por quê?
Essa maneira de fazer texto atende a uma regra do jornalismo moderno: facilitar a leitura. Se o leitor/receptor desejar mais informações sobre a notícia, que vá adiante no texto. Fato é que, lendo apenas o parágrafo inicial, terá as informações básicas do assunto. A grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, quer dizer, não busca convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto que os jornalistas chamam de objetivo ou isento, despido de subjetividade e de intencionalidade.
Exemplo de Notícia
O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a responder ontem à CPI do judiciário todas as perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição para permanecer calado sempre que era questionado sobre seus bens ou sobre contas no exterior.
(Folha de S. Paulo, 05/05/99)
As Crônicas
Estamos diante da Literatura. Os cronistas não possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles retratam a realidade subjetiva. Dessa maneira, Rubem Braga, cronista, jornalista, produziu, por exemplo, um texto abordando a flor que nasceu no seu jardim. Não importa o mundo com suas tragédias constantes, mas sim o universo interior do cronista, que nada mais é do que um fotógrafo de sua cidade. É interessante verificar que essas características fundamentais da crônica vão desaparecendo com o tempo. Não há, por exemplo, um cronista de Porto Alegre (talvez o último deles tenha sido Sérgio da Costa Franco).
Se observarmos o jornal Folha de S. Paulo, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou economia, uma crônica de Carlos Heitor Cony, descolada da realidade, se assim lhe aprouver (Cony, muitas vezes, produz artigos, discutindo algo da realidade objetiva). O jornal busca, dessa maneira, arejar essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma janela aberta ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao seu início, era confundido com Literatura. Um texto sobre um assassinato, por exemplo, poderia começar assim: " Chovia muito, e raios luminosos atiravam-se à terra. Num desses clarões, uma faca surge das trevas..." Dá-se o nome de nariz de cera a essas matérias empoladas, muito comuns nos tempos heróicos do jornalismo.
Sobre a crônica, há alguns dados interessantes. Considerada por muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca teve status ou maiores reconhecimentos por parte da crítica. Muitos autores famosos, romancistas, contistas ou poetas, produziram excelentes crônicas, mas não são conhecidos por isso. Carlos Drummond de Andrade é um belo exemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande cronista do cotidiano do Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-se falar de Olavo Bilac, que, no início do século passado, passou a produzir crônicas num jornal carioca, em substituição a outro grande escritor, Machado de Assis.
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No entanto, é importante assinalar que os autores modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o caso de Luis Fernando Verissimo, que ora trabalha uma crônica, com os personagens conversando em um bar, terminando por um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por exemplo. Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo, revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz uma crônica sobre o quotidiano.
Exemplo de Crônica
Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita.
Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a Lagoa - posso não ver melhor, mas vejo mais. Otto Maria Carpeaux não gostava do gênero "crônica", nem adiantava argumentar contra, dizer, por exemplo, que os cronistas, uns pelos outros, escreviam bem. Carpeaux lembrava então que escrever é verbo transitivo, pede objeto direto: escrever o quê? Maldade do Carpeaux. (...)
Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto.
(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 02/01/98)
A interpretação serve para Química!
Responda rápido a uma pergunta: O que há em comum entre os vestibulandos aprovados nos primeiros lugares? Será que possuem semelhanças? Sim, de fato, o que os identifica é a leitura e a curiosidade pelo mundo que os cerca. Eles lêem bastante, e lêem de tudo um pouco. As instituições de ensino superior não querem mais aquele aluno que decora regrinhas. Elas buscam o cidadão que possui leitura e conhecimento de mundo. Nesse aspecto, as questões, inclusive das provas de exatas, muitas vezes pedem criticidade e compreensão de enunciados. Quantas vezes você, caro vestibulando, não errou uma questão de Física ou de Biologia por não entender o que foi pedido. Pois estamos falando de interpretação de textos. A leitura e a interpretação tornam-se, dessa maneira, exigência de todas as disciplinas. E não pense que essa capacidade crítica de entender o texto escrito (e até falado) é exclusividade do vestibular. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência. Lembre-se disso na hora de planejar os estudos para os próximos vestibulares.
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Interpretação de Textos - Exercícios Testes - Matéria Português
Instruções Gerais para interpretação de textos
Em primeiro lugar, você deve ter em mente que interpretação de textos em testes de múltipla escolha pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer que as questões são montadas de modo a induzir o incauto e sofrido vestibulando ao erro. Nesse sentido, é importante observar os comandos da questão (de acordo com o texto, conforme o texto, segundo o autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se limitar à realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda diminuem essas mesmas verdades; ou fazem afirmações que nem de longe estão no texto.
Exemplo de exercício editorial que caiu na prova da UFRGS
Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...)
Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens.
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante.
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropogafia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado. (adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4)
Questão da prova
Considere as seguintes informações sobre o texto:
I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da história dos índios brasileiros.
II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros.
III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III
Resposta correta: B
Comentários:
A afirmação I usa a palavra único, o vestibulando deve cuidar muito com essa palavrinha, geralmente ela traz uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles.
A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto.
Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor expresso.
A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura textual do moderno jornalismo.
Outros exercícios de interpretação de texto:
Vamos aproveitar os textos das provas da UFRGS 2000 e 1999, para formularmos algumas questões bem emblemáticas em relação à interpretação de textos.
Questão 1
Qual das alternativas abaixo é a correta:
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (...)
C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.
D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.)
Resposta:
A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios.
B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto.
C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução, uma diminuição da verdade textual.
D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Trata-se de um acréscimo à realidade textual.
E) Resposta Correta.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.
A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das autoridades coloniais portuguesas.
B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo europeu e a abandonarem sua religião de origem.
C) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma mesma origem não permanecessem juntos.
D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas alguns traços culturais, como sua religião.
E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de origem européia.
Resposta:
A) O texto não classifica como erro das autoridades coloniais. Essa é uma inferência que o leitor poderá fazer por sua conta e risco.
B) O autoritarismo era dos proprietários de escravos e das autoridades. Busca-se aqui confundir o aluno dizendo que era o autoritarismo dos religiosos. Há uma troca, uma inversão das afirmações do texto.
C) Resposta Correta: Essa afirmação está no texto.
D) A afirmação contradiz o que está no texto. As línguas africanas foram, inclusive, aprendidas por alguns clérigos.
E) A afirmação exagera a verdade textual. O autor não chega a tanto. Se o vestibulando chegar a essa conclusão é por sua conta e risco.
Questão 03
Marque a alternativa correta, segundo o texto
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.
a) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço.
Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina.
b) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina.
c) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo.
Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras.
Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia.
Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas.
d) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio.
Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo.
e) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio.
Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice.
(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição. Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de 1998.)
Vocabulário
Inexorável - inabalável - inflexível
Lúgubre - triste - sombrio - sinistro
Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo -
Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas
Resposta:
Atente para este texto: trata-se de um artigo jornalístico. Observe como ele atende às características assinaladas na tipologia textual do jornalismo.
A) Observe que o texto usa o advérbio normalmente, mas a afirmação emprega sempre, mudando a verdade do texto.
B) Novamente, se compararmos com o texto, veremos que o autor afirma que o episódio talvez seja a pior mancha da história. Na afirmação, foi usado o advérbio indiscutivelmente acrescido de a pior mancha. Trata-se de um exagero, um acréscimo à realidade do texto.
C) Resposta Correta: O texto afirma que nem sempre o avanço do conhecimento é um processo linear.
D) A ala dos estudantes apresentava maiores problemas de contágio, pois as pias foram instaladas lá, justamente para lavar as mãos dos estudantes que trabalhavam na dissecação de cadáveres.
E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto trata-se de uma exterioridade. O vestibulando pode achar verdadeiro, mas a conclusão será pessoal
Instruções para as próximas questões: As questões 4 e 5 devem merecer atenção. Estamos diante de questões de inferências. As alternativas corretas não estão propriamente no texto, mas poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor nos autoriza a concluir por elas.
Questão 04
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
(A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada.
(B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta.
(C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal.
(D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta.
(E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez.
Resposta:
A) O autor não classifica de atrasada a medicina européia da época.
B) Novamente o advérbio colocado para trair a atenção do aluno: sempre. Trata-se de um acréscimo, de um exagero.
C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio. Veja como as armadilhas são sempre as mesmas. Se você as conhecer, ficará bem mais fácil chegar à resposta correta.
D) O texto simplesmente diz que ele se feriu. Não dá as causas.
E) Resposta Correta: Foi de fato uma estupidez. Essa é uma conclusão possível do texto. Observe que o autor declara: "Mais incrível é o que aconteceu em seguida".
Questão 05
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.
A partir da leitura do texto, é possível concluir que
(A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.
(B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser provada cientificamente.
(C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século passado.
(D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão.
(E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta.
Resposta:
A) O livro foi recentemente publicado no Brasil.
B) Os microorganismos eram desconhecidos à época. Essa alternativa é perigosa, pode confundir o aluno.
C) Não há referência sobre essa afirmação. Os motivos, como já vimos, foram outros.
D) Semmelweis foi execrado por ter sido desmentido e por suas descobertas serem atribuídas à superstição.
E) Resposta Correta: Pode-se, tranqüilamente chegar a esse conclusão.
Questão 06
Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã, o processo mais eficiente para buscar no próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em
(A) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo tradutor da obra para o italiano.
(B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de preposição.
(C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio.
(D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva e rituais de purificação.
(E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã.
Resposta: Todas as provas de vestibular no Estado trazem questões de vocabulário. Esta é bem característica da UFRGS. Empiricamente, você, candidato, quando não sabe o significado de uma palavra, busca o contexto. Cuidado! Não é o contexto sintático. Saber se uma palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não define o seu valor semântico. Não confunda semântica com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras dessa cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de bom humor. A banca também se diverte. O que anã e romã tem em comum com xamã? Gozação.
As questões 07, 08 e 09 estão baseadas no seguinte texto:
01 Lá pela metade do século 21, já não
02 haverá superpopulação humana, como
03 hoje. Os governos de todo o mundo -
04 presumivelmente, todos democráticos -
05 poderão incentivar as pessoas à reprodu-
06 ção. E será melhor que o façam com as
07 melhores pessoas. A eugenia humana -
08 isto é, a escolha dos melhores exemplares
09 para a reprodução, de modo a aprimorar a
10 média da espécie, como já se fez com ca-
11 valos - encontrará o período ideal para
12 sair da prancheta dos cientistas para a vi-
13 da real. Pessoas selecionadas por suas
14 características genéticas serão emprega-
15 das do estado. O funcionalismo público te-
16 rá uma nova categoria: a dos reprodutores.
17 Este exercício de futurologia foi apresen-
18 tado seriamente pelo professor do Institu-
19 to de Biociências da USP Osvaldo Frota-
20 Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Ale-
21 manha - Ética e Genética, quarta-feira à
22 noite. [...] Nas conferências de segunda e
23 terça, a eugenia foi citada como um perigo
24 das novas tecnologias, uma idéia que não
25 é cientificamente - e muito menos etica-
26 mente - defensável.
(TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno)
Questão 07
Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto.
I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico, como indica o primeiro parágrafo.
II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da palavra seriamente na linha 18.
III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela que esta é uma concepção controversa.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
Resposta: Os últimos vestibulares da UFRGS solicitam do aluno este tipo de informação: saber de quem é a opinião. Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas expressa o ponto de vista de outra pessoa. A resposta correta é d.
Questão 08
Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.
(A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é considerado excessivo.
(B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial.
(C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor Frota-Pessoa é a futurologia.
(D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética.
(E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma oportunidade de trabalho apenas para homens.
Resposta:
A) Resposta Correta: Hoje existe superpopulação.
B) A causa da queda da população não foi revelada no texto.
C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas um exercício de futurologia. Novamente a banca tenta iludir e confundir o vestibulando. Cuidado!
D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas tecnologias não é a ética, mas sim a eugenia.
E) Em absoluto o texto afirma que são os homens: aborda as pessoas em geral. Além disso, também não faz afirmações sobre o mercado de trabalho.
Questão 09
Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana:
I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie.
II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares.
III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III
Resposta: O uso restritivo de humana diz exatamente isto: humana. Logo, não se estende a outras espécies. Resposta Correta: D
As questões 10 e 11 estão baseadas no seguinte texto:
O peso original volta depois das dietas
01 O corpo humano, mesmo submetido
02 ao sacrifício de uma dieta alimentar
03 rígida, tem tendência a voltar ao peso
04 inicial determinado por um equilíbrio
05 interno, segundo recente estudo reali-
06 zado por cientistas norte-americanos.
07 Depois do aumento de alguns quilos
08 supérfluos, o metabolismo buscará
09 eliminar o peso excessivo.
10 O corpo dispõe de um equilíbrio que
11 tenta manter seu peso em um nível
12 constante, que varia em função de
13 cada indivíduo. O estudo sugere que
14 conservar o peso do corpo é um fenô-
15 meno biológico, não apenas uma ati-
16 vidade voluntária. O corpo ajusta seu
17 metabolismo em resposta a aumentos
18 ou perdas de peso. Dessa forma,
19 depois de cada dieta restrita, o metabo-
20 lismo queimará menos calorias do que
21 antes. Uma pessoa que perdeu recente-
22 mente pouco peso vai consumir menos
23 calorias que uma pessoa do mesmo
24 peso que sempre foi magra. A pesquisa
25 conclui que emagrecer não é impossí-
26 vel, mas muito difícil e requer o consu-
27 mo do número exato de calorias quei-
28 madas. Ou seja, uma alimentação mo-
29 derada e uma atividade física estável a
30 longo prazo.
(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995)
Questão 10
Segundo o texto, é correto afirmar:
A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo.
B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico.
C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual.
D) O ajuste de peso significa queima de calorias.
E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta.
Resposta: Antes de mais nada, observe que o texto é um editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto, não há um autor em especial declarado.
A) O texto busca exatamente mostrar o contrário.
B) Conservar o peso é um fenômeno biológico. Temos, de novo, uma inversão com o objetivo de confundir o aluno.
C) Resposta Correta: Existem outros fatores.
D) Essa afirmação não está no texto.
E) O número exato de calorias queimadas depende de outros fatores.
Questão 11
Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 03), menos
A) rigorosa
B) austera
C) severa
D) íntegra
E) séria
Resposta: Esse tipo de questão é muito comum: ele propõe a substituição de palavras. Em alguns vestibulares, em vez de uma, aparecem três palavras, tornando o exercício mais trabalhoso. A palavra rígida só não pode ser substituída por íntegra, que vem de integridade, honestidade.
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Função Fática - Matéria Português
Neste conteúdo voce irá conhecer a função fática, e esperamos que após ter lido este trabalho, você tenha aprimorado um pouco o seu conhecimento sobre a nossa língua.
Função fática:
A função fática ocorre quando o emissor deseja verificar se o canal de comunicação está funcionando ou se ele está sendo compreendido pelas pessoas que o ouvem:
ex: “ alô!”, “ entenderam?”.
é também a função empregada, quando no decorrer de uma conversa, emitimos sons:
ex: “ heim! “, “ hum-hum!”.
e além de ser utilizada para testar o canal, a função fática ocorre também quando o emissor quer iniciar uma comunicação:
ex: - olá! como vai? – perguntou o homem de olhos empapuçados
ou quando visa prolongar o contato com seu receptor:
ex: - ela não desanima nunca.....você concorda? não acha?
ou quando deseja interromper o ato de comunicação:
ex: - qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
qualquer dia, amigo, a gente vai- se encontrar.
E em alguns casos, percebe- se que a única preocupação do emissor é manter o contato com o destinatário ou testando o canal com frases do tipo: “veja bem” ou “olha...” ou “compreende?”. Essa preocupação com o contato caracteriza-se função fática.
Um bom exemplo do emprego são as conversas no telefone pontuadas por expressão do tipo: “ esta me ouvindo?” ou “ sim...sei...” em que se testa o canal ( no caso, a linha telefônica).
Antes de começar um filme, pessoas dialogam com o espectador por alguns segundos, ou seja, também estão testando o canal, que no caso, sempre aparece uma tela com cores diferenciadas e um apito toca, fazendo com que o espectador ajuste sua imagem e o volume para ter um bom filme.
Também temo o famoso “plim-plim!” da rede globo, que na verdade tem a função específica de chamar a atenção do espectador ( que se distriu durante o intervalo comercial) para o canal, no caso a televisão.
Um outro exemplo de função fática:
extraído de “ a hora da estrela” de Clarisse Lispector.
“Enfim o que acontecer, acontecera. e por quanto nada aconteceria, os dois não sabiam inventar acontecimentos. sentavam- se no que é de graça: banco de praça pública. e de acomodados, nada os destinguiria do resto do nada. para a grande glória de deus. ele fala:
ele:- pois é!
ela:- pois é o que?
ele:- eu só disse pois é!
ela:- mas pois é o que?
ele:- melhor mudar- mos de assunto por que você não me entende.
ela:- entende o que?
ele:- santa virgem macabéa, vamos mudar de assunto e já!
Macabéa, protagosnista do poema, é uma personagem cujo autor, vive em silêncio cultural e não sabe- se expressar. e olimpico, seu namorado tenta estabelecer conversação e apela para a função fática; mas o curioso é que macabéa procura um significado específico na expressão “ pois é”, e não percebendo seu caráter fático.
Este foi mais um exemplo da função fática, em que os interlocutores estão frente a frente, e que a função orienta- se para a conexão psicológica entre eles. o que se quer, nesse caso, é garantir a manutenção da conversa e a atenção do interlocutor
Conclusão:
Nesse trabalho aprendemos a verdade sobre a função fática e o que ela representa em nosso meio, ou seja, quando e onde usamos a função fática, que mesmo sem saber, estamos pronunciando.
E então, o que é a função fatica?
Se após ter lido este conteúdo, não tenha compreendido ainda o veradeiro significado da função, lembre-se do plim-plim da rede globo, ou até mesmo do bom dia ou boa tarde que você da à um colega, ou seja, tudo aquilo em que se coloca o canal (no caso, seria a conversa) em atividade.
Bibliografia:
PORTUGUES- Novo Ensino Médio- MAIA, João Domingues- Volume Único- Editora Atica- Edição 11- SÂO PAULO- SP- pág: 32
PORTUGUES- De Olho no Mundo do Trabalho- TERRA,Ernani; NICOLA, Jose de- Volume Único para Ensino Médio- Edição 1- Editora Sapiane – SÂO PAULO- SP- 2004- pág: 30-31-32
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Frase, Oração e Período - Matéria Português
Vamos tratar de alguns elementos constituintes dos textos, como a frase, a oração e o período, tentando observar as principais diferenças entre eles.
Frase é um enunciado de sentido completo, que transmite determinada mensagem. Ela termina em sinais de pontuação, seja o ponto final, a exclamação, a interrogação, os dois-pontos ou as reticências. A frase pode ser verbal (possuir verbo) ou nominal (sem verbo).
Oração é um enunciado com verbo ou locução verbal (necessariamente há verbo na oração).
Período é a frase organizada em oração ou orações, terminada também em ponto. Ele pode se caracterizar como período simples - quando possui apenas uma oração - ou período composto - quando possui mais de uma oração.
Exemplos:
"Assim como Jimena, Urraca também amava Rodrigo Dias de Bivar".
⇒ É uma frase de um período simples, pois possui apenas uma oração.
"Um sentimento nasceu espontaneamente em seu coração, sem que pudesse impedi-lo, e somente revelado à sua aia".
⇒ Esta já é uma frase de período composto, por possuir três orações.
"Sabia que se tratava de um amor impossível, pois, sendo ela uma princesa, somente poderia se casar com um príncipe".
⇒ Aqui o período é composto, com quatro orações.
"Para aplacar sua paixão, Urraca resolveu aproximar Rodrigo e Jimena, sem que eles suspeitassem dos motivos que a levavam a isso: ela acreditava que, com o casamento dos dois, seria mais fácil esquecê-lo".
⇒ Período composto, com sete orações.
"E lutava, em vão, para afastar Rodrigo dos seus pensamentos".
⇒ Por fim, mais um período composto, com duas orações.
As distinções entre frase e oração
Frase é uma unidade que possui sentido completo, ou seja, é um todo que exprimi significado, podendo ser curta, média ou longa, além de transmitir sentimentos, ideias, ordens e desejos ao interlocutor.
Acompanhe alguns exemplos de frase:
Corra!
“Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam
Quando dos teus fermosos se apartavam:
De noite, em doces sonhos que mentiam;
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto enfim cuidava e quanto via
Era tudo memórias de alegria.”
(CAMÕES, Os Lusíadas, III, 121 apud ROCHA LIMA, 2011, p. 285)
Bela blusa!
Não fume!
Com quem você esteve ontem?
Agora que já falamos sobre frase, saiba que toda oração é frase, mas nem toda frase é oração. Sabe por quê? A oração é constituída de sujeito e predicado, logo, possui verbo ou locução verbal. Então aqui você já consegue perceber a diferença entre frase e oração? A frase privilegia a forma e tem sentido completo como você viu no exemplo 1: Corra! Entretanto a frase exemplar não pode ser classificada como oração, pois não está dividida em sujeito e predicado, nem possui verbo ou locução verbal. Já a frase “Eu e minha prima viajamos para o Beto Carrero World” pode ser identificada como oração, visto que se divide em sujeito (Eu e minha prima) e predicado (viajamos para o Beto Carrero World), assim como possui verbo (viajamos).
Agora para fixar, veja outros exemplos de oração:
As férias de julho estão mais próximas.
“Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais é só a fazer outras maiores perguntas.”
(ROSA, João Guimarães. 1986. p.385-86)
Você já teve a impressão de estar vivendo algo já vivido antes?
Eu combinei com você às 14 horas e não às 13.
Finalmente nós conseguimos realizar o nosso sonho!
Lembre-se: basta analisar se a frase lhe transmitiu uma mensagem e se a oração biparte-se em sujeito e predicado. Então ficará fácil identificar se uma frase pode ser oração ou não.
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Fonemas - Matéria Português
Conceito de fonema
Fonemas são as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras.
Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia
A troca de um único fonema determina o surgimento de outra palavra ou um som sem sentido.O fonema se manifesta no som produzido e é registrado pela letra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exagerado), s (mesa).
Aparelho fonador
Os sons da fala são produzidos pelo aparelho fonador. O aparelho fonador é constituído de:
* pulmões
* brônquios e traquéia
* laringe
* glote
* cordas vocais
* faringe
* úvula
* boca e órgãos anexos
* fossas nasais
Classificação das vogais
1- Quanto à zona de articulação
A zona de articulação está relacionada com a região da boca onde as vogais são articuladas.
a- média é articulada com a língua abaixada, quase em repouso.Ex.: a (pasta)
b- anteriores são articuladas com a língua elevada em direção ao palato duro, próximo ao dentes.Ex.: é (pé ), ê (dedo ), i (botina )
c- posteriores são articuladas quando a língua se dirige ao palato mole.Ex.: ó (pó), ô (lobo), u ( resumo)
2- Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal
A corrente de ar pode passar só pela boca ( orais) ou simultaneamente pela boca e fossas nasais ( nasais).
a- orais: (pata), (sapé), (veia), (vila), (sol), (aborto), (fluxo)
b- nasais: (fã), (tempo), (cinto), (sombrio), (fundo)
3- Quanto à intensidade
A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal.
a- tônicas: café, cama
b- átonas: massa, bote
4- Quanto ao timbre
O timbre está relacionado com a abertura da boca
a- abertas: (sapo), (neve), (bola)
b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais
c- reduzidas: são as vogais reduzidas no timbre já que são vogais átonas (orais ou nasais, finais ou internas). Exemplos: (cara, cantei)
Classificação das consoantes
As consoantes são classificadas de acordo com quatro critérios:
1- modo de articulação: é a forma pela qual as consoantes são articuladas.Quanto ao modo de articulação, as consoantes podem ser oclusivas ou constritivas.
a- Nas oclusivas existe um bloqueio total do ar.
b- Nas constritivas existe um bloqueio parcial do ar.
2- ponto de articulação: é o lugar onde a corrente de ar é articulada (lábios, dentes, palato. . .) De acordo com o ponto onde é articulada, as consoantes são classificadas em:
a- bilabiais- lábios + lábios.
b- labiodentais- lábios + dentes superiores.
c- linguodentais- língua + dentes superiores
d- alveolares- língua + alvéolos dos dentes.
e- palatais- dorso do língua + céu da boca
f- velares- parte superior da língua + palato mole
3- função das cordas vocais: se a cordas vocais vibrarem, a consoante será sonora; no caso contrário, a consoante será surda.
4- função das cavidades bucal e nasal: caso o ar saia somente pela boca, as consoantes serão orais; se sair também pelas fossas nasais, as consoantes serão nasais.
QUADRO DAS CONSOANTES
Dígrafos
É a união de duas letras representando um só fonema.Observe que no caso dos dígrafos não há correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.
* Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh(unha), rr(carro) e outros
* Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros
Classificação dos fonemas
Os fonemas da língua portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.
Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exemplos: pato, bota
Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba: Exemplos: couro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não sejam confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau.
Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábios) opõem à passagem de ar.
Exemplos: caderno, lâmpada.
Encontros vocálicos
Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo.
Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo crescente), na mesma sílaba. Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).
Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separadamente formando sílabas distintas.
Ex.:saída, coelho
Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba. Ex.: Paraguai, argüiu.
Encontros consonantais
Quando existe uma seqüência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denominamos essa seqüência de encontro consonantal.
O encontro pode acorrer:
* na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo.
* em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio
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Figuras de Linguagem - Matéria Português
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
Funções da Linguagem
Níveis da Linguagem
A Linguagem e os processos de Comunicação
As figuras de linguagem classificam-se em:
a) figuras de palavra;
b) figuras de harmonia;
c) figuras de pensamento;
d) figuras de construção ou sintaxe.
FIGURAS DE PALAVRA
As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
São figuras de palavras:
a) comparação e) catacrese
b) metáfora f) sinestesia
c) metonímia g) antonomásia
d) sinédoque h) alegoria
Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplos: "Amou daquela vez como se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.
Exemplo: "Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão."
Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:
a causa pelo efeito e vice-versa:
"E assim o operário ia
Com suor e com cimento 2
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento."
2 Com trabalho.
o lugar de origem ou de produção pelo produto:
Comprei uma garrafa do legítimo porto 3.
3 O vinho da cidade do Porto.
o autor pela obra:
Ela parecia ler Jorge Amado 4.
4 A obra de Jorge Amado.
o abstrato pelo concreto e vice-versa:
Não devemos contar com o seu coração 5.
5 Sentimento, sensibilidade.
Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
o todo pela parte e vice-versa:
"A cidade inteira 1 viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos 2 de seu cavalo."
1 O povo. 2 Parte das patas.
o singular pelo plural e vice-versa:
O paulista 3 é tímido; o carioca 4, atrevido.
3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):
Para os artistas ele foi um mecenas 5.
5 Protetor.
Modernamente, a metonímia engloba a sinédoque.
Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico." (Othon M. Garcia)
Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco.
Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Exemplo: "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal." (Augusto Meyer)
Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.
Exemplos:
"E ao rabi simples1, que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
1 Cristo
Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão)
Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um referencial e outro metafórico.
Exemplo: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente... (Machado de Assis)
FIGURAS DE HARMONIA
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura "imitar"sons produzidos por coisas ou seres.
As figuras de linguagem de harmonia ou de som são:
a) aliteração c) assonância
b) paronomásia d) onomatopéia
Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.
Exemplo: "Toda gente homenageia Januária na janela."
Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
Exemplo: "Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam."
Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
Exemplo: "Berro pelo aterro pelo desterro
berro por seu berro pelo seu erro
quero que você ganhe que você me apanhe
sou o seu bezerro gritando mamãe."
Onomatopéia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.
Exemplo: "O silêncio fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido...
Vvvvvvvv... passou."
FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de linguaem de pensamento:
a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Exemplo: "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal." (Rui Barbosa)
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
Exemplo: "Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?" (Castro Alves)
Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Exemplo: "Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;" (Camões)
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Exemplo: "E pela paz derradeira1 que enfim vai nos redimir Deus lhe pague" (Chico Buarque)
1 paz derradeira: morte
Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.
Exemplo: "Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo." (Castro Alves)
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
Exemplo: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
Exemplo: "Moça linda, bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor." (Mário de Andrade)
Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: "O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico..."
Exemplos: "... os rios vão carregando as queixas do caminho." (Raul Bopp)
Um frio inteligente (...) percorria o jardim..." (Clarice Lispector)
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
Exemplo: "Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil." (André Filho)
FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
a) assíndeto e) elipse i) zeugma
b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
d) hipálage h) anacoluto m) silepse
Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Exemplo: "Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se." (Machado de Assis)
Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas."
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...)
Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
Exemplo: "Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes." 1
1 Zeugma do verbo: "e foram assassinados..."
Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
Exemplo: "Depois o areal extenso...
Depois o oceano de pó...
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só..." (Castro Alves)
Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo: "Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira)
"Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio exclusivo, breve alocução, principal protagonista
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira)
Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante / determinado).
Exemplo: "Tão leve estou 1 que nem sombra tenho." (Mário Quintana)
1 Estou tão leve...
Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " 1 (Carlos Drummond de Andrade)
1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente. " 1 (Camões)
1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros." 2 (Eça de Queiros)
2 ... as lojas dos barbeiros loquazes.
Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: "Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas." (Alcântara Machado)
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa)
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam." (Mário Barreto)
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas." (Machado de Assis)
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Estruturação de Frases - Exercícios - Matéria Português
Uma das maiores dificuldades do aluno do 2º grau é estruturar adequadamente seu texto. As idéias até que surgem, às vezes com facilidade, porém a "montagem" das frases é complicada; muitos têm completa aversão à redação exatamente por isso. O problema não está na "Redação", e sim na estruturação das orações.
Esta aula é direcionada a esse problema. Aqui você treinará a melhor maneira de construir coerentemente as frases.
Exercícios de estruturação:
Para os enunciados soltos, apresente um só período com as adaptações que se fizerem necessárias:
Exercício 01:
I. Maria proceder a pesquisa. (Oração Principal)
II. Maria desejar saber a razão. (Causa de I, com oração reduzida)
III. Muitos estimar ela tanto. (Or. Sub. Adj. Restritiva)
Exercício 02:
I. Muitos candidatos não convencer mais ninguém quase.
II. Eles ainda impressionar alguns eleitores. (Or. Sub. Adv. Concessiva)
III. Eles parecer mais atores teatrais. (Explicação para II)
IV. Eles vir imbuídos da veemência das palavras e dos gestos (Or. Sub. Adj. Restritiva)
Exercício 03:
I. Tu não fazer a outrem algo. (Or. Principal, verbo no imperativo)
II. Tu não querer algo. (Or. Sub. Adj. Restritiva)
III. Alguém fazer algo a ti. (Or. Sub. Subst. Objetiva Direta)
Respostas dos exercícios 01,02 e 03:
Exercício 01:
Em redações, é muito comum a utilização da argumentação causa-conseqüência, portanto é primordial que o estudante conheça todas as maneiras de se indicar a circunstância de causa.
Conjunções subordinativas causais: porque, porquanto, como. Iniciam Oração Subordinada Adverbial Causal.
Locuções conjuntivas causais: já que, visto que, uma vez que, por isso que, sendo que, dado que, desde que. Iniciam Oração Subordinada Adverbial Causal.
Oração reduzida
A utilização da preposição por, com o verbo no infinitivo, indica causa. Por exemplo, a frase "Por não concordar com o amigo, retirou-se.", tem o mesmo sentido que "Já que não concordava com o amigo, retirou-se." ou "Retirou-se, porque não concordava com o amigo." Quando a ação ocorre no passado, utilizaremos por, com o verbo ter no infinitivo e o verbo da ação no particípio. Por exemplo Não saíra de casa, por ter agredido sua irmã.
Gerúndio
Também é possível a indicação de causa, por meio do verbo no gerúndio. Por exemplo a frase "Estando já escuro, não quis sair sozinha." tem o mesmo sentido que "Como já estivesse escuro, não quis sair sozinha." ou "Não quis sair sozinha, porque já estava escuro."
Obs.: Todas as orações subordinadas adverbiais devem ser separadas por vírgula. O mesmo ocorre com o gerúndio, quando não formar locução verbal.
A Oração Subordinada Adjetiva também é muito utilizada nas redações, pois é iniciada por um pronome relativo, extremamente comum na formação de períodos, principalmente o pronome que.
O pronome relativo que substitui um substantivo, evitando sua repetição. A montagem de um período com o pronome relativo que é efetuada da seguinte maneira:
1- Coloca-se o pronome que imediatamente após o substantivo em repetição;
2- Escreve-se a oração com o pronome relativo;
3- Caso o verbo posterior ao pronome relativo exija preposição, ela será colocada antes do pronome.
Ex. Eu acreditei nas palavras. As palavras eram falsas. Nessas duas orações, a palavra palavras está em repetição; será, portanto, substituída pelo pronome relativo que que será colocado imediatamente após ela, com a preposição em, pois é exigida pelo verbo acreditar: As palavras em que eu acreditei eram falsas.
I. Maria proceder a pesquisa. (Oração Principal) - O verbo deverá estar conjugado no Pretérito Perfeito do Indicativo, pois indica uma ação que ocorreu com certeza no passado.
II. Maria desejar saber a razão. (Causa de I, com oração reduzida) - Indicação de causa com oração reduzida é efetuada por meio da junção da preposição por com o verbo no infinitivo.
III. (Muitos) estimar ela tanto. (Or. Sub. Adj. Restritiva) - O pronome relativo que deverá estar antecedido da preposição por, pois "Muitos a estimam por alguma razão - eis a palavra em repetição.
As três frases apresentadas podem formar um período coerente da seguinte maneira:
Maria procedeu à pesquisa, por desejar saber a razão pela qual muitos a estimavam tanto.
Como Maria desejava saber a razão pela qual muitos a estimavam tanto, procedeu à pesquisa.
Exercício 02:
Outro tipo de oração muito comum em redações é aquela que indica fator contrário ao que foi afirmado anteriormente. Há duas maneiras de se construir um período com essa argumentação: utilizando uma conjunção subordinativa concessiva ou uma conjunção coordenativa adversativa.
Conjunções subordinativas concessivas: embora, conquanto, inobstante. Iniciam Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
Locuções conjuntivas concessivas: não obstante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, por mais que, em que pese. Iniciam Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
Oração reduzida: apesar de + infinitivo, mesmo + gerúndio ...
Conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Iniciam Oração Coordenada Sindética Adversativa.
Locuções conjuntivas adversativas: no entanto, ainda assim. Iniciam Oração Coordenada Sindética Adversativa.
Obs: Todas as orações subordinadas adverbiais e a maioria das coordenadas devem ser separadas por vírgula.
A explicação deve ser caracterizada por uma conjunção corrdenativa explicativa.
Conjunções coordenativas explicativas: que, porque, pois (anteposta ao verbo)
I. Muitos candidatos não convencer mais ninguém quase. - Essa será a oração principal, por conter a informação essencial do período. O verbo deverá estar no Presente do Indicativo, já que é uma ação atual.
II. Eles ainda impressionar alguns eleitores. (Or. Sub. Adv. Concessiva) - Qualquer conjunção ou locução conjuntiva concessiva caberá nessa oração.
III. Eles parecer mais atores teatrais. (Explicação para II) - Pode-se iniciar pela conjunção pois.
IV. Eles vir imbuídos da veemência das palavras e dos gestos (Or. Sub. Adj. Restritiva) - O pronome relativo que, novamente.
As quatro frases apresentadas podem formar um período coerente da seguinte maneira:
Apesar de muitos candidatos ainda impressionarem alguns eleitores, não convencem mais ninguém quase, pois mais parecem atores teatrais que vêm imbuídos da veemência das palavras e gestos.
Exercício 03:
I. Tu não fazer a outrem algo. (Or. Principal, verbo no imperativo)
II. Tu não querer algo. (Or. Sub. Adj. Restritiva)
III. Alguém fazer algo a ti. (Or. Sub. Subst. Objetiva Direta)
O Imperativo é um modo verbal que denota ordem, pedido ou conselho. Quando o imperativo for afirmativo, tu e vós provirão do Presente do Indicativo, retirando-se a desinência s, e você, nós e vocês, do Presente do Subjuntivo. Já, quando o imperativo for negativo, todas as pessoas provirão do Presente do Subjuntivo.
Perceba que nas três frases há a repetição da palavra algo. Essa palavra deve ser evitada em redações, portanto primeiramente iremos substituí-la pelo pronome demonstrativo o, que tem o mesmo valor que aquilo, e posteriormente pelo pronome relativo que. Finalmente eliminaremos a palavra alguém, que também deve ser evitada. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta é aquela que funciona como complemento de verbo transitivo direto; no caso, deverá complementar o verbo querer.
As três frases apresentadas podem formar um período coerente da seguinte maneira:
Não faças a outrem o que não queres que não te façam.
Mais exercícios:
Exercício 04: Nesse exercício não serão inclusos os nomes das orações.
I. O retrato tem vantagens.
II. É uma vantagem do retrato poder ser examinado minuciosamente.
III. Não ousamos examinar o próprio retratado com insistência.
Exercício 05:
I. Um trabalhador caiu de um andaime e morreu.
II. O trabalhador não estava registrado.
III. Sua família não receberá qualquer auxílio.
Exercício 06:
I. Saímos tarde da festa.
II. Os ônibus deixam de correr à meia-noite.
III. A solução foi chamar um táxi.
Exercício 07:
I. Nutricionistas advertir algo.
II. A população brasileira comer mal. (Or. Sub. Subst. Obj. Direta)
III. Ela ficar sujeita a doenças. ( Adição à II)
IV. A parcela mais abonada da população também comer mal. (Advérbio de inclusão)
Exercício 08:
I. Os alunos enfrentavam muitas dificuldades.
II. O entusiasmo dos alunos era admirável.
III. Os alunos se dedicavam ao trabalho em equipe com entusiasmo.
Exercício 09:
I. Eles saíram sem se despedir de ninguém.
II. Eles se sentiram marginalizados durante a cerimônia.
III. Nada havia de concreto, quanto aos sentimentos deles.
Exercício 10:
I. Eles estavam preocupados com o problema que causaram.
II. Eles apresentaram suas explicações.
III. As explicações não eram convincentes.
Exercício 11:
Una as orações em um período:
A) Sarney foi o primeiro presidente a visitar a cidade. Sarney deixou como lembrança os sapatos. Os sapatos fizeram tanto sucesso quanto as verbas liberadas depois para a região. A região é uma das que mais sofrem com as secas no Estado.
B) Há 600 habitantes na ilha do Combu. Eles conseguiram desenvolver um estilo de vida singular. Esse estilo lhes permite obter uma renda anual de 3000 dólares per capita. Essa renda está muito acima dos padrões da região. Ao mesmo tempo o estilo de vida lhes permite preservar a floresta. A floresta recobre os 15 quilômetros de extensão da ilha.
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Empréstimos linguísticos - Matéria Português
Provavelmente você já ouviu falar em empréstimos linguísticos e ficou em dúvida sobre seu conceito e suas ocorrências. Por isso, este artigo pretende esclarecer o assunto segundo os preceitos do renomado linguista R. H. Robins.
Quando há contato entre culturas de quaisquer tipos e entre falantes de línguas distintas é impossível que não haja uso de palavras de outras línguas para expressar pensamentos ou se referir a coisas, processos e comportamentos para os quais não são encontradas palavras ou expressões em suas próprias línguas. E onde posso observar os empréstimos linguísticos? Repare que algumas expressões ou palavras estrangeiras que antes eram usadas individualmente passaram a ser usadas por uma comunidade, vale ressaltar que há alterações em sua pronúncia devido ao processo de adaptação dos sons e adequação ao padrão fonológico da língua que recebe a palavra. Todo esse processo é chamado metaforicamente de empréstimo.
Robins (1977) cita que as palavras café, chá e tabaco no inglês e na maioria das línguas europeias são empréstimos linguísticos do árabe, chinês e de uma língua índio-americana, respectivamente. A explicação para o fato é que faziam parte de línguas de onde (ou através) estes produtos foram importados inicialmente na Europa. É visível que o mínimo contato com falantes de uma língua que representa e tem poder ou prestígio político leva a uma gama de empréstimos linguísticos no ambiente em questão.
Percebe-se isso na influência que a língua francesa teve sobre o inglês após a conquista normanda e o estabelecimento do governo normando na Inglaterra. Também nota-se o corrente uso de palavras gregas no que tange as ciências, as artes e a filosofia no latim, resultado da importância denotada aos gregos nessas áreas.
Segundo Robins (1977), “as línguas estão em um contínuo estado de mudança, e empréstimos dever ser considerados como aquelas palavras que não estavam no vocabulário em um período e que nele estão num período subsequente”, ou seja, as pessoas mudam e com elas a língua também evolui e esses acontecimentos devem ser considerados como inerentes ao processo linguístico, pois vocábulos que antes não integravam uma língua passam a integrá-la para suprir supostas “carências” em expressar as necessidades dos falantes. O linguista ainda afirma que uma língua recebe empréstimos constantemente, “mas sua frequência e suas fontes são temporariamente atingidas por fatores políticos e outros que resultam de contatos culturais restritos de uma ou outra espécie”.
Referência:
ROBINS, Robert Henry. Linguística Geral. Tradução de Elizabeth Corbetta A. da Cunha. Porto Alegre: Globo, 1977.
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Emprego dos sinais de pontuação - Matéria Português
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...
Divisão e emprego dos sinais de pontuação:
PONTO ( . )
a) indicar o final de uma frase declarativa.
Ex.: Lembro-me muito bem dele.
b) separar períodos entre si.
Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
c) nas abreviaturas.
Ex.: Av.; V. Ex.ª
DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
- Parta agora.
b) antes de aposto ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
c) antes de citação.
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”
RETICÊNCIAS ( ... )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.
Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)
PARÊNTESES ( () )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.
"Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo.
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
b) Após imperativo.
Ex.: Cale-se!
c) Após interjeição.
Ex.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional.
Ex.: Que pena!
PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas.
Ex.: Como você se chama?
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação.
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você.
- Eu?!
VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.
Não se separam por vírgula:
predicado de sujeito;
objeto de verbo;
adjunto adnominal de nome;
complemento nominal de nome;
predicativo do objeto do objeto;
oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
A vírgula no interior da oração
É utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.
Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
As pessoas, muitas vezes, são falsas.
d) separar elementos de uma enumeração.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.
f) separar conjunções intercaladas.
Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
g) separar o complemento pleonástico antecipado.
Ex.: A mim, nada me importa.
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
i) separar termos coordenados assindéticos.
Ex.: "Lua, lua, lua, lua,
por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)
j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.
A vírgula entre orações
É utilizada nas seguintes situações:
a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.
b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção:
1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal.
Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)
d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
e) separar as orações substantivas antepostas à principal.
Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei.
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem.
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos.
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom.
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário.
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas.
Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.
ASPAS ( “ ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual.
Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ' ' )
Recursos alternativos para pontuação:
Parágrafo ( § )
Chave ( { } )
Colchete ( [ ] )
Barra ( / )
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Diferenças entre complemento nominal e adjunto adnominal - Matéria Português
Provavelmente você já se questionou sobre a semelhança e as diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal, como também já enfrentou dificuldades em identificá-los nas orações. Portanto, este artigo pretende esclarecer todas as suas dúvidas sobre o assunto.
Henrique tem a amizade de Lia.
Henrique tem amizade por Lia.
Repare que dentre as orações citadas, o termo destacado na primeira refere-se a um agente (Henrique) que demonstra afetividade pelo outro (Lia). Portanto, ao exercer essa função, o elemento em destaque é identificado como adjunto adnominal. Já na segunda oração, o elemento “por Lia” é entendido como paciente, isto é, aquele que sofre a amizade de Henrique, então, desempenha a função de complemento nominal.
Exemplos:
A greve dos professores é pertinente. (adjunto adnominal)
O apoio dos pais é essencial. (adjunto adnominal)
O receio dos especialistas é de que se torne uma pandemia. (adjunto adnominal)
O medo da AIDS tomou conta das pessoas. (complemento nominal)
O apoio aos grevistas é importante. (complemento nominal)
Dica!
Para diferenciar o complemento nominal do adjunto adnominal é reconhecer a que termo se relaciona. Será complemento nominal se o elemento se relacionar com adjetivo ou advérbio.
A mãe está feliz com a aprovação da filha no vestibular.
↓ ↓
Adjetivo complemento nominal
Sempre que se relacionar com um substantivo concreto, o elemento será adjunto adnominal.
Os livros de minha avó são raros.
↓ ↓
Substantivo Adjunto
concreto adnominal
Exemplos:
Camisas de diversas cores foram usadas no desfile. (adjunto adnominal; refere-se ao termo camisas.)
Todos tinham muito apreço pelo escritor. (complemento nominal; refere-se ao termo apreço.)
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